Já há transmissão comunitária da variante Delta, mais evidente na região de Lisboa

Até 16 de junho, foram identificados em Portugal 157 casos da variante Delta, detetada inicialmente na Índia.

Já há transmissão comunitária da variante Delta do coronavírus, “mais evidente” na região de Lisboa e Vale do Tejo, segundo o relatório da DGS e do INSA com a monitorização das linhas vermelhas para a Covid-19, divulgado esta sexta-feira. Até 16 de junho, foram identificados 157 casos desta variante, detetada pela primeira vez na Índia, mais 65 que há uma semana.

“Dado o aumento na frequência da variante Delta, provavelmente com maior transmissibilidade, o intervalo de tempo esperado entre o aumento do número de infeções e o número de internamentos em UCI, a tendência crescente dos vários indicadores a nível nacional, e a sua aproximação aos limiares “linhas vermelhas”, impõem ainda maior atenção à evolução dos indicadores de incidência, virológicos e de impacte, assim como ao aumento
do nível de preparação dos recursos a nível regional e sub-regional para o controlo e mitigação da epidemia em Portugal, em especial na população não vacinada ou sem esquema vacinal completo”, é alertado no relatório.

Quanto às restantes variantes, até 16 de junho, foram identificados, por confirmação laboratorial, 113 casos da variante Beta (B.1.351 ou associada à África do Sul), e 146 casos da variante Gamma (P.1 ou associada a Manaus, Brasil). Já a variante Alpha, que é associada ao Reino Unido, ainda foi a variante dominante durante o mês de maio, mas estima-se que a variante Delta “se possa sobrepor a esta nas próximas semanas”.

No que diz respeito à incidência, o “número de novos casos de infeção por SARS-CoV-2 / COVID-19 por 100 000 habitantes, acumulado nos últimos 14 dias, foi de 105 casos, com tendência crescente a nível nacional”. Já o valor do Rt “apresenta valores superiores a 1 ao nível nacional (1,14) e em todas as regiões de saúde, sugerindo uma tendência crescente”, que “é mais acentuada na região de Lisboa e Vale do Tejo (LVT), que apresenta um Rt de 1,20”.

Se se mantiver a taxa de crescimento, “o tempo para atingir a taxa de incidência acumulada a 14 dias de 120 casos/100 000 habitantes será inferior a 15 dias para o nível nacional e na região do Algarve, tendo já sido ultrapassado esse limiar em LVT, que poderá ultrapassar o limiar da incidência acumulada a 14 dias de 240 casos por 100.000 hab. em menos de 15 dias”, sublinham.

Olhando para a matriz de risco, que conjuga os dois indicadores, é então possível perceber que a situação na região de Lisboa é mais grave do que no resto do país, o que motivou o Governo a aplicar restrições adicionais. No Conselho de Ministros desta quinta-feira, foi anunciado que passavam a ser proibidas as deslocações de e para a Área Metropolitana de Lisboa aos fins de semana.

É também feito um alerta para esta região, sendo que a “análise dos vários indicadores revela transmissão comunitária do vírus SARS-CoV-2 com intensidade e pressão crescente nos serviços de saúde, em especial na região de LVT”.

Quanto aos restantes indicadores, o número diário de casos de Covid-19 internados em Unidades de Cuidados Intensivos (UCI) no continente tem uma “tendência crescente, correspondendo a 36% (semana passada 29%) do valor crítico definido de 245 camas ocupadas”.

Já a proporção de testes positivos (2,3%) continua abaixo do limiar definido de 4%, isto numa semana em que diminuiu o número de testes realizados. A proporção de casos confirmados notificados com atraso (9,6%) também continua abaixo mas próximo do limiar de 10%. A maioria (83%) dos casos de infeção foram isolados em menos de 24 horas após a notificação, e “foram rastreados e isolados 78% dos seus contactos”.

(Notícia atualizada às 18h35)

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