Centeno não quer moratórias “eternas” e deixa apelo aos bancos

Governador do Banco de Portugal deixou um apelo aos bancos e às empresas para “trabalharem em conjunto” no sentido de se “adaptarem ao período pós-moratória”.

O governador do Banco de Portugal defende que as moratórias não devem ser “eternizadas” pois representam um perigo para a estabilidade do sistema financeiro. Ainda assim, Mário Centeno insistiu que devem ser mantidos apoios específicos para os setores mais afetados pela pandemia.

“Não podemos ficar na ideia de eternizar o processo de moratória de crédito”, afirmou o governador esta segunda-feira na apresentação do Relatório de Estabilidade Financeira, acrescentando que o prolongamento desta medida pode ser “negativo para quem tem os créditos e para o sistema” bancário”.

Centeno respondia a uma questão sobre o projeto de lei aprovado na semana passada no Parlamento que prorroga as moratórias até final do ano para as empresas mais impactadas pela crise pandémica, mas dentro daquilo que forem as regras da Autoridade Bancária Europeia (EBA).

Foi essa “condicionante ao enquadramento europeu” que o governador quis frisar. “Temos de estar muito focados na questão europeia e visualizar o sistema português no enquadramento europeu”, afirmou o líder do supervisor.

Segundo avançou Centeno, 32% das empresas portugueses (145 mil empresas) tiveram alguma forma de apoio nos últimos meses face ao impacto da pandemia. Estas empresas respondiam por 60% do emprego e mais de metade do VAB gerado em 2019.

Os dados mais recentes do Banco de Portugal apontam para cerca de 40 mil milhões de empréstimos em moratória no final de maio.

Com o fim do regime público previsto para setembro, Centeno deixou um apelo aos bancos e às empresas para “trabalharem em conjunto” no sentido de se “adaptarem ao período pós-moratória”. “E quem melhor faz o acompanhamento dessas situações é o sistema bancário. Temos de apelar para que trabalho nessa dimensão seja feito”, destacou Mário Centeno.

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