INE vê economia numa “trajetória convergente com os níveis pré-pandemia”

O INE divulgou a síntese económica de conjuntura de maio e os números confirmam que a recuperação continua. Porém, os níveis ainda são "inferiores aos do período homólogo de 2019".

A economia portuguesa continuou em maio a recuperar gradualmente da crise após as fortes quedas da atividade, no início do ano, por causa do segundo confinamento, mostrando sinais de que a “atividade económica [está] numa trajetória convergente com os níveis pré-pandemia”. Os dados constam da síntese económica de conjuntura de maio divulgada esta segunda-feira pelo Instituto Nacional de Estatística (INE).

No entanto, em geral, os indicadores de curto prazo ainda não atingiram em abril os níveis do período homólogo de 2019 e a atividade turística ainda se encontra longe dos resultados do período homólogo de 2019“, ressalva o gabinete de estatísticas. Ou seja, ainda falta recuperar mais, no caso dos indicadores medidos pelo INE, para se apresentar crescimentos face a 2019, tal como já aconteceu no indicador do Banco de Portugal. A exceção é a exportações de bens que, tal como o ECO já noticiou, já registaram um nível superior em abril.

A atividade económica está a registar “taxas de crescimento historicamente elevadas”, mas tal deve-se “em grande medida” ao efeito de base dado que a comparação é feita com meses de 2020 em que a pandemia afetou duramente a economia portuguesa. Foi em abril e maio do ano passado que se registaram “os níveis mais reduzidos e os maiores decréscimos homólogos de todo o período pandémico”, nota o INE. Isso mesmo mostra o próximo gráfico:

Fonte: Instituto Nacional de Estatística (INE).

Os indicadores quantitativos de síntese (atividade económica, consumo privado e investimento) apresentaram, em abril de 2021, os valores máximos das respetivas séries, refletindo o forte efeito de base causado pelas reduções intensas verificadas em abril de 2020″, realça o gabinete de estatísticas, notando também que o indicador de clima económico aumentou de tal forma em maio que superou o nível do início da pandemia (março de 2020). O montante das operações em multibanco, um indicador do consumo, “apresentou um nível já semelhante ao observado antes da pandemia” em maio.

Esta evolução positiva dos indicadores económicos em Portugal é semelhante ao que se verifica na Zona Euro com o indicador europeu de sentimento económico a atingir o valor mais elevado desde dezembro de 2017. “A sua evolução em maio refletiu principalmente a recuperação significativa da confiança no setor dos serviços, verificando-se também um aumento dos níveis de confiança nos restantes setores (indústria, comércio a retalho e construção) ainda que de forma menos intensa”, explica o INE, acrescentando que o indicador de confiança dos consumidores também superou os níveis pré-pandemia.

Para já, existem pelo menos duas previsões que apontam para crescimentos expressivos do PIB no segundo trimestre deste ano. É o caso do ISEG que antecipa um crescimento entre 14,5% a 15%, em termos homólogos, e o caso da Comissão Europeia que prevê um salto de 13,5%. O Banco de Portugal, apesar de não revelar um número para o segundo trimestre, reviu na semana passada em alta o crescimento anual do PIB de 3,9% para 4,8%.

(Notícia atualizada às 11h30 com mais informação)

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