Estrangeiros em Portugal alcançam em 2020 número mais elevado de sempre
"Em 2020 verificou-se pelo quinto ano consecutivo, um acréscimo da população estrangeira residente", anunciou o SEF, esta quarta-feira.
A população estrangeira residente em Portugal aumentou em 2020 pelo quinto ano consecutivo, totalizando 662.095 cidadãos, o valor mais elevado registado pelo Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SFE) desde o seu surgimento, em 1976, revelou esta quarta-feira o SEF.
“Em 2020 verificou-se, assim, pelo quinto ano consecutivo, um acréscimo da população estrangeira residente, com um aumento de 12,2% face a 2019, totalizando 662.095 cidadãos estrangeiros titulares de autorização de residência, valor mais elevado registado pelo SEF, desde o seu surgimento em 1976” indica o Relatório de Imigração, Fronteiras e Asilo (RIFA).
O RIFA foi apresentado esta quarta-feira na cerimónia comemorativa do 45.º aniversário do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF), que decorreu à porta fechada e que contou com a presença do ministro da Administração Interna.
Segundo o SEF, os brasileiros mantêm-se como a principal comunidade estrangeira residente no país, representando no ano passado 27,8% do total, o valor mais elevado desde 2012. “O Reino Unido, subiu uma posição em relação a 2019, representando, agora, a segunda nacionalidade estrangeira mais representativa em Portugal”.
No final de 2020, viviam em Portugal 183.993 brasileiros, seguido dos cidadãos do Reino Unido (46.238), de Cabo Verde (36.609), Roménia (30.052), Ucrânia (28.629), Itália (28.159), China (26.074), França (24.935), Índia (24.550) e Angola (24.449).
O SEF sublinha que “o crescimento sustentado dos cidadãos estrangeiros, oriundos dos países da União Europeia, confirmam o particular impacto dos fatores de atratividade já apontados em anos anteriores, como a perceção de Portugal como país seguro, bem como as vantagens fiscais decorrentes do regime para o residente não habitual”. Este serviço de segurança destaca também o lugar de Itália, que “ocupa a sexta posição, confirmando o crescimento que se tem verificado nos últimos anos”.
O RIFA frisa que se verificou em 2020 “um acréscimo generalizado” de cidadãos oriundos da América do Sul, “potenciado, naturalmente, pelo Brasil”. Os imigrantes residem sobretudo no litoral, sendo que 68% está registada nos distritos de Lisboa, Faro e Setúbal, totalizando 450.074 cidadãos residentes, enquanto em 2019 eram 405.089.
RIFA dá conta que se verificou um aumento de estrangeiros a viver no distrito de Viana do Castelo e, por outro lado, registou-se uma descida em Bragança, frisando que, em termos de áreas de residência, ocorreram subidas em Lisboa, Vale do Tejo e Alentejo com um aumento de 17,2% em consequência das subidas de Setúbal, Beja e Santarém.
Comunidade indiana foi a que mais cresceu em Portugal em 2020
A comunidade indiana foi a que mais cresceu em Portugal em 2020 ao totalizar 24.550 cidadãos, tendo ultrapassado a angolana e guineense, revela o RIFA. Os indianos em Portugal aumentaram 39,3% em 2020 face a 2019, quando viviam no país 17.619, passando para o top 10 das nacionalidades mais representativas.
“Destaque para a Índia que sobe duas posições ocupando agora o 9.º lugar ultrapassando Angola e Guiné-Bissau”, lê-se no relatório apresentado na cerimónia comemorativa do 45.º aniversário do SEF, que decorreu hoje à porta fechada e que contou com a presença do ministro da Administração Interna.
O SEF nota que o número de cidadãos oriundos da Índia mais do que triplicou no ano passado em relação a 2016.
Outra comunidade que tem registado “um crescimento bastante assinalável” é a nepalesa, que ocupa agora a 11.º posição ao totalizar 21.015, um aumento de quase 25% em relação a 2019, quando viviam 16.849 cidadãos do Nepal.De acordo com este serviço de segurança, o número de cidadãos oriundos do Nepal a viver no país quadruplicou desde 2016.
Dos 24.550 indianos em Portugal, 19.099 são homens e 5.451 mulheres, enquanto dos 21.015 nepaleses, 13.339 são homens e 7.676 mulheres.
O RIFA dá também conta que em 2020 se “quebrou a tendência de subida de novos títulos emitidos” ao terem sido dadas 118.124 novas autorizações de residência a estrangeiros, uma diminuição de 8,5% relativamente ao ano anterior (129.155).
O SEF refere que os motivos mais relevantes na concessão de novos títulos de residência foram o reagrupamento familiar (35.736), a atividade profissional (29.715) e o estudo (12.285).
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