Terceira dose da AstraZeneca fortalece proteção contra a Covid-19

A administração de uma terceira dose da vacina desenvolvida pela AstraZeneca em parceira com a Universidade de Oxford confere uma forte imunidade contra a Covid-19, revela um estudo da farmacêutica anglo-sueca, citado pela Reuters (acesso livre, conteúdo em inglês). Ainda assim, os cientistas apontam que ainda não há evidências científicas suficientes para garantir que este reforço seja necessário.

O novo estudo da Universidade de Oxford aponta que uma terceira dose da vacina aumenta a resposta imunológica dos anticorpos e das células T. Ao mesmo tempo, os investigadores concluíram ainda que a segunda dose do fármaco pode ser administrada com um intervalo até 45 semanas depois da primeira que continua também a produzir uma resposta imunológica apropriada. Recorde-se que em Portugal o intervalo de administração desta vacina foi encurtado para oito semanas.

Além disso, e ainda relativamente a uma eventual dose de reforço, o diretor do Oxford Vaccine Group sublinha que as evidências demonstram que a vacina desenvolvida pela farmacêutica anglo-sueca protege contra as variantes atuais por um período prolongado de tempo, pelo que uma terceira dose poderá não ser necessária. “Temos que estar numa posição em que possamos impulsionar [a vacinaçáo] se for necessário … (mas) não temos nenhuma evidência de que isso seja necessário”, afirmou Andrew Pollard, em declarações à Reuters, acrescentando que “não é aceitável” começar a administrar doses de reforço em países quem têm já uma elevada taxa de inoculação quando existem países onde há escassez de vacinas.

Este estudo contou com a participação de 30 participantes que receberam uma segunda dose tardia e 90 que receberam uma terceira dose, todos com menos de 55 anos e surge numa altura em que se adensam as preocupações de que as vacinas, produzidas através do vetor viral, possam perder a eficácia se forem necessárias doses anuais da vacina contra a Covid-19.