Detenção de Vieira provoca queda de 5,52% das ações do Benfica
Ações da SAD do Benfica recuaram 5,52% esta quarta-feira, a maior queda diária desde março de 2020. Uma descida em Bolsa no dia em que o presidente do clube, Luís Filipe Vieira, foi detido.
A detenção do presidente do Benfica, Luís Filipe Vieira, já deixou marcas nas ações do clube. Esta quarta-feira, os títulos da SAD encarnada sofreram uma queda de 5,52%, tendo fechado o dia a negociar a 2,911 euros. É a maior descida diária dos títulos da SAD desde março do ano passado.
Na época o recuo das ações era explicado pelo surgimento do novo coronavírus em Portugal. A queda de esta quarta-feira terá origem na detenção de Luís Filipe Vieira na sequência de uma investigação relacionada com suspeitas de burla qualificada, abuso de confiança, falsificação, fraude fiscal e branqueamento de capitais, informa a Procuradoria-Geral da República (PGR).
Apesar da descida, foram negociadas apenas 1.324 ações, um valor aquém da média diária de e 3.085 títulos dos últimos nove meses.
Queda em dia da detenção
A detenção do presidente do clube da Luz surge depois de buscas realizadas esta manhã envolvendo Luís Filipe Vieira e o amigo de longa data e maior acionista individual da SAD Benfica, José António dos Santos. Ele é um dos donos da empresa de agro-alimentar Valouro, sendo também conhecido como “Rei dos frangos”.
As buscas decorreram em vários locais e zonas do País. “No âmbito de um inquérito dirigido pelo Ministério Público do Departamento Central de Investigação e Ação Penal cuja investigação se encontra a cargo da Autoridade Tributária e Aduaneira (AT) e com colaboração da Polícia de Segurança Pública (PSP), foram cumpridos cerca de 45 mandados de busca, abrangendo instalações de sociedades, domicílios, escritórios de advogados e uma instituição bancária. Estas buscas decorrem nas áreas de Lisboa, Torres Vedras e Braga.”
Tendo daí resultado a detenção de quatro pessoas, “dois empresários, um agente desportivo e um dirigente desportivo”, informa a PGR, referindo-se a Luís Filipe Vieira, Bruno Macedo, e o filho de Vieira, Tiago Vieira.
No processo investigam-se negócios e financiamentos em montante total superior a 100 milhões de euros, “que poderão ter acarretado elevados prejuízos para o Estado e para algumas das sociedades. Em causa estão factos ocorridos, essencialmente, a partir de 2014 e até ao presente e suscetíveis de integrarem a prática, entre outros, de crimes de abuso de confiança, burla qualificada, falsificação, fraude fiscal e branqueamento”, informa a PGR.
A PGR adiantou ainda que “os detidos serão presentes, previsivelmente no decurso do dia de amanhã, a primeiro interrogatório judicial com vista à aplicação, considerando a gravidade dos crimes e as exigências cautelares, de medidas coação diferentes do termo de identidade e residência.”
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