Relatório do Novo Banco conclui que “supervisão falhou em toda a linha”
O Banco de Portugal "chegou sempre tarde ao problema com o prejuízo de que identificava os problemas", atirou Fernando Anastácio no Parlamento.
Fernando Anastácio, autor do relatório da comissão de inquérito ao Novo Banco, apresentou as conclusões preliminares dos trabalhos. Relativamente à supervisão, foram muitas as críticas: “falhou em toda a linha” e “ficou claríssimo que houve uma falha permanente e sistemática”.
O Banco de Portugal “chegou sempre tarde ao problema com o prejuízo de que identificava os problemas”, atirou ainda o deputado do PS. “Os serviços do Banco de Portugal identificaram problemas ao longo dos anos e a administração nada fez”, acrescentou, designadamente em relação às partes relacionadas e à alteração do patamar de supervisão do GES/BES.
Nada fez quando “havia mecanismos para atuar”, sendo que “o Banco de Portugal atuou de forma mais prudente para evitar litigância”. Segundo Anastácio, a inação do supervisor é transversal aos mandatos de Vítor Constâncio e Carlos Costa.
Relatório Costa Pinto é “pedra no sapato” de Carlos Costa
Outras das conclusões (são mais de 100 conclusões) diz respeito ao chamado relatório Costa Pinto: “Porque é que o Banco de Portugal pede um relatório para se avaliar a si próprio e depois nada faz?”, questionou Fernando Anastácio.
Para o deputado relator, a conclusão é esta: “Era uma pedra no sapato para a administração do Banco de Portugal“.
O relatório concluiu que uma intervenção “enérgica e atempada” poderia ter evitado problemas no BES.
Portugal foi “cobaia” de Bruxelas na resolução do BES
Em relação à resolução do BES, o relatório indica que não haveria outra solução “até pelo papel que o banco desempenhava na economia”, sendo impossível outro modelo para resolver os problemas.
Ainda assim, “temos noção de que fomos cobaias, servimos para um exercício da Comissão Europeia”, referiu o deputado relator, lembrando que “não houve outra resolução nestes termos num banco sistémico” a seguir ao BES.
(Notícia atualizada às 11h56)
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