“Mesmo que começássemos agora, só em 2026 ou 2027 teríamos novo aeroporto”, avisa CEO da ANA

"Urgência que existia em 2019 ainda existe hoje por causa dos atrasos na agenda do projeto", defendeu Thierry Ligonnière no Parlamento. Até porque a retoma do setor deverá acontecer até 2024.

Thierry Ligonnière foi ouvido esta tarde no Parlamento e levou duas mensagens para os deputados sobre o futuro novo aeroporto de Lisboa: tem de estar dimensionado à realidade do setor e do país e deve avançar tão depressa quanto possível.

Na apresentação que levou para os deputados já tinha dado conta das expectativas da IATA que apontam para uma recuperação do tráfego aéreo em 2024. Depois ligou o número com a futura infraestrutura aeroportuária para a região de Lisboa: “É preciso três a quatro anos para nós construirmos um aeroporto. Fazendo um cálculo, mesmo que começássemos agora, só em 2025, 2026 ou 2027 teríamos novo aeroporto. Não podemos perder tempo”.

“A urgência que existia em 2019 ainda existe hoje por causa dos atrasos na agenda do projeto, devido à avaliação de impacto ambiental”, reforçou o CEO da ANA. Recorde-se que depois do chumbo, em março, da localização do novo aeroporto no Montijo pelo regulador sectorial, a ANAC, o Governo decidiu avançar para a um processo de Avaliação Ambiental Estratégica.

Thierry Ligonnière aproveitou ainda para salientar que “nem as companhias aéreas têm capacidade para pagar infraestruturas gigantescas, nem os contribuintes querem ser mais pressionados com impostos. Hoje, ainda mais do que antes, é preciso encontrar soluções bem dimensionadas e adaptadas ao contexto em que nós vivemos”.

O CEO da ANA salientou que estes argumentos “são mais válidos do que antes da crise”. “Num momento em que as dificuldades económicas são maiores há mais pressão económica e financeira sobre todos os atores da cadeia logística de transportes”, referiu, lembrando que “uma companhia aérea é financiada ou através das taxas pagas pelos utilizadores, pelas companhias aéreas, pelos passageiros, ou por subsídios dos contribuintes”.

Thierry Ligonnière reiterou a posição já manifestada pela Vinci, de que “não tem interesse em uma ou outra das soluções. Em ambos os casos passa por um reequilíbrio económico da concessão. Seja a solução A ou a solução B, não deixa de haver um reequilíbrio”, afirmou. Em cima da mesa estão três opções: manter o aeroporto Humberto Delgado como aeroporto principal complementado pelo Montijo, ficar progressivamente o Montijo como aeroporto principal e o Humberto Delgado como complementar e construir um novo aeroporto internacional no Campo de Tiro de Alcochete.

O presidente executivo da ANA foi esta terça-feira ouvido na Comissão Eventual para o acompanhamento da aplicação das medidas de resposta à pandemia da doença COVID-19 e do processo de recuperação económica e social. A audição foi requerida pelo CDS, mas nenhum deputado do partido compareceu.

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