Do apartamentos de luxo aos “cheques” e ao sorteio de vacas. Há “prémios” para quem é vacinado contra a Covid-19?
Com vista a atingir a imunidade de grupo, vários países desdobram-se em incentivos para vacinarem a população contra a Covid-19. Há ofertas para tudo, das mais excêntricas às mais peculiares.
Dos EUA à Europa, chegando à Ásia, a campanha de vacinação contra a Covid-19 tem decorrido a ritmo acelerado, até agora. Inoculados os mais idosos, que são também os mais vulneráveis ao vírus, os país começam a sentir maior resistência da população com menos idade para receberem uma das várias vacinas desenvolvidas para os proteger.
Confrontados preocupações com os efeitos secundários a longo prazo, mas principalmente com a crença entre os mais jovens de que o seu sistema imunitário é suficientemente forte para vencer facilmente a Covid-19, e receando não conseguirem alcançar a imunidade de grupo até ao próximo inverno, muitas regiões ou mesmo países começaram a oferecer incentivos para convencer os seus cidadãos a tomarem a vacina.
Há dezenas e dezenas de iniciativas um pouco por todo o mundo. O ECO reuniu algumas neste artigo, desde as mais tradicionais, em que quem recebe a vacina obtém também um “cheque”, até às mais excêntricas, onde se pode conseguir um Tesla ou mesmo um apartamento de luxo. Mas há também outras campanhas mais peculiares, em que a vacina vem com um prato de almôndegas ou mesmo com a vaca inteira.
Há cartões com dinheiro nos EUA. E bolsas de estudos
Nos EUA, depois do entretanto famoso “Joints for Jabs”, ou seja, charros por vacinas, no Estado de Washington, têm aumentado os programas de incentivo à vacinação que “pagam” a quem aceitar ser inoculado contra a Covid-19,
Na Califórnia, foi concebido um plano de 116,5 milhões de dólares (quase 100 milhões de euros) para encorajar mais pessoas a obter a vacina até 15 de junho, data em que muitas restrições foram levantadas.
No Estado da Carolina do Norte, qualquer pessoa com mais de 18 anos que receba a sua primeira dose de uma vacina contra a Covid-19 ou que leve alguém a receber a sua primeira dose receberá um cartão pré-pago no valor de 25 dólares (cerca de 21 euros). Porém, quem já foi vacinado poderá receber um prémio bem maior: 1 milhão de dólares (perto de 850 mil euros) ou uma bolsa de estudos para ensino pós-secundário de 125 mil dólares (cerca de 106 mil euros).
Também o Colorado vai começar a oferecer cartões do Walmart de 100 dólares (cerca de 85 euros) aos residentes que receberem a sua primeira ou segunda dose em determinados locais de vacinação operados pelo estado. Além disso, o sistema de faculdades comunitárias do Colorado, em parceria com a Amazon, vai dar até 67 bolsas de estudo.
Barras de ouro, um Tesla ou uma casa de luxo em Hong Kong
A antiga colónia britânica está oferecer os “prémios” mais vistosos, como barras de ouro, um Tesla ou um apartamento completamente novo avaliado em 1,4 milhões de dólares. Só na primeira semana, mais de um milhão de residentes totalmente vacinados contra a Covid-19 inscreveram-se no sorteio para receberem o apartamento de 449 metros quadrados, oferecido pelo Sino Group e pela ChineseEstates.
França não dá nada. Quem não é vacinado fica à porta
Em França, tal como em muitos outros países europeus, a regra tem sido a de incentivar a vacinação sem qualquer borla associada. Perante as maiores dificuldades em conseguir que as pessoas recebam a dose da vacina, a lógica tem sido a de aumentar as restrições.
Macron tornou a vacinação se tornaria obrigatória para os profissionais de saúde e estabeleceu restrições mais rigorosas para onde os não vacinados poderiam ir e o que poderiam fazer. Assim, desde 21 de julho, a vacinação passou a ser exigida para poder entrar em estabelecimentos de lazer e cultura; até agosto, a vacinação será exigida à entrada para qualquer lugar, desde restaurantes a hospitais e a apanhar comboios de longa distância.
Grécia dá saldo no telemóvel. E também viagens
O Governo grego incentiva que os jovens com idades entre os 18 e 25 anos se vacinem até ao final deste ano atribuindo 150 euros num cartão pré-pago e ainda uma certa quantia em planos de comunicação de telemóveis mensais. O dinheiro do cartão poderá ser gasto em viagens e eventos culturais.
Emprego ou a vacina e uma rifa? É à escolha na Rússia
Em Moscovo, o Kremlin advertiu que pelo menos uma vacina será obrigatória para aqueles que ocupam posições de serviço, desde os transportes até aos restaurantes, até meio de julho. No entanto, o ditado de “vacina-te ou perdes o teu emprego” tem sido acompanhado por uma série de incentivos utilizados por funcionários e empresas russas com o propósito de aumentar as baixas taxas de vacinação no país, o que inclui rifas para carros gratuitos, motos de neve e viagens com todas as despesas pagas.
Quer ser vacinado? Na Bulgária pode escolher a marca
O executivo búlgaro adotou a abordagem de deixar cada cidadão escolher a marca de vacina que gostariam de receber.
Sérvia dá dinheiro, mas é pouco
Para incentivar os mais céticos a vacinarem-se contra a Covid-19, o país dos Balcãs oferece, desde maio, um pagamento direto em dinheiro no valor de 3.000 dinares (cerca de 25,50 euros).
A medida sérvia gerou controvérsia, com alguns éticos a dizerem que a oferta podia ser vista como coerciva quando se tratava de pessoas mais pobres que precisavam desesperadamente do dinheiro, e outros a dizerem que a medida não podia ser possível enquanto ainda fosse permitido às pessoas recusar a vacinação. Como se veio a verificar, o número de casos na Sérvia continuou a diminuir após a oferta em dinheiro, mas é difícil dizer quanto resultou do incentivo.
“Roda da Covid” na Eslováquia
A Eslováquia iniciou uma lotaria semanal para quem foi vacinado com um prémio de 2 milhões de euros. A Eslováquia anunciou ainda um bónus entre 30 e 90 euros para quem convencer outra pessoa a ser vacinada.
Filipinas sorteiam vacas entre os vacinados
Numa cidade filipina, o presidente da Câmara está a planear sortear vacas como forma de incentivo à vacinação, enquanto outra comunidade tem estado a sortear enormes sacos de arroz após ter tido dificuldade em persuadir a população a vacinar-se.
Um prato de almôndegas. Uma cortesia da Roménia
Neste país do Leste europeu, onde a desconfiança em relação às autoridades governamentais terá interrompido a vacinação, as autoridades locais ofereceram almôndegas grátis em troca da tomada da vacina.
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