Procurador-Geral dos EUA declara “vitória” contra fusão Aon-WTW
O abandono do projeto que era prejudicial para empresas, empregadores e reformados dos EUA, ajudará a preservar a concorrência no mercado da corretagem de seguros, afirma Merrick Garland.
Merrick Garland, procurador-geral dos EUA, fez publicar uma nota no sítio eletrónico do Departamento de Justiça (DOJ), onde afirma que o cancelamento da fusão – decidido pelas proponentes Aon Plc e Willis Towers Watson Plc (WTW) – constitui uma “vitória das empresas americanas e da concorrência e, em última análise, para os clientes, empregadores e reformados de todo o país.”
Associando o anúncio de desistência à ação cível que o DOJ levou aos tribunais, a 16 de junho, para impedir a fusão estimada em 30 mil milhões de dólares (cerca 26 mil milhões euros), Garland explica que, a combinação planeada entre a 2ª e a 3ª das ‘Big Three’ apresentava-se prejudicial para a indústria de corretagem de seguros, reduzindo a concorrência que hoje se faz a três (Marsh, Aon e WTW), a um jogo disputado por dois.
Sustentando que o mercado, empregadores, empregados e reformados dependem muito de operadores com a dimensão e importância da Aon e a WTW no acesso a planos de benefício de empresa, corretagem de seguros e consultoria de risco, a decisão de abandonar o projeto para uma combinação “anti-concorrencial ajudará a preservar a concorrência no mercado da corretagem de seguros,” afirma o procurador-geral no comunicado do DOJ.
Visto nos corredores da política como um “institucionalista,” Merrick Garland, advogado e juiz que tomou posse como procurador-geral em março último, conclui a declaração com agradecimento a todo o pessoal (advogados, economistas e restantes funcionários do DOJ) que investigou o processo de fusão e participou na litigância “para travar a combinação em benefício dos consumidores americanos”.
O projeto de fusão Aon-WTW, anunciado há 16 meses para criar o novo líder global no setor de corretagem de seguros, fracassou esta semana por causa do impasse a que chegou o processo negocial e de litigância com o DOJ. Com o movimento de consolidação caído por terra, deverão ficar sem efeito os acordos de desinvestimento (venda de ativos) que as proponentes concluíram com terceiros para remediar objeções da Comissão Europeia e de reguladores outras jurisdições. É disso exemplo, o negócio assinado com a Arthur J. Gallagher, que acordou pagar cerca de 3000 milhões de euros por ativos da WTW, conforme anunciado em maio num comunicado conjunto Aon-WTW.
Embora não se conheça ainda posição oficial sobre o assunto, o revés no processo de combinação Aon-WTW também deverá deixar sem efeito alterações organizacionais e outras medidas que foram sendo anunciadas ao longo de mais de um ano (novo organograma e nomeações para órgãos de liderança e departamentais do que seria a nova Aon).
No comunicado de cancelamento do acordo de fusão, as proponentes prometem fornecer mais informação (financeira e outlooks) nas conferências sobre resultados trimestrais, a Aon a 30 de julho e a Willis Towers Watson a 3 de agosto.
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