EDP fecha semestre com lucros a crescer 9% para 343 milhões

O desempenho do semestre foi penalizado pela subida dos custos de compra de energia no mercado Ibérico e por recursos eólicos abaixo da média nos EUA, diz a EDP

Os resultados líquidos da EDP cresceram 9% no primeiro semestre de 2021, face ao mesmo período do ano passado. A empresa revelou, em comunicado enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM)\, que obteve lucros de 343 milhões de euros entre janeiro e junho deste ano, mais 29 milhões do que no período homólogo.

“O desempenho do semestre foi marcado pela positiva pela integração da Viesgo em Espanha e crescimento de resultados das redes no Brasil, tendo sido penalizado pela subida dos custos de compra de energia no mercado Ibérico e por recursos eólicos abaixo da média nos EUA”, refere o comunicado. Excluindo estes efeitos não recorrentes, o resultado líquido da elétrica diminuiu 15% entre janeiro e junho para 326 milhões de euros.

Neste período, o EBITDA (lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização) caiu 10% para 1.692 milhões de euros, face aos 1.871 milhões registados no período homólogo. 60% do EBITDA do primeiro semestre (1.007 milhões) disse respeito às renováveis.

Este resultado tem como origem resultados de gestão de energia mais fracos (face a um período homólogo forte), agravados pelo “forte aumento dos preços da energia” na primeira metade do ano, fatores de utilização médios mais baixos e ainda o evento climático extremo polar vortex nos EUA”.

No mercado ibérico, o preço spot médio da eletricidade atingiu uma média de 72€/MW, um aumento de 102% em termos homólogos, devido a um forte aumento do preço das matérias-primas, nomeadamente o gás (+182%) e as licenças de CO2 (+99%).

Quanto à margem bruta (receitas) da EDP também caiu 9% no primeiro semestre de 2021, para os 2.416 milhões de euros, face a 2.657 milhões registados nos primeiros seis meses de 2020.

No pagamento da Contribuição Extraordinária para o Setor Energético (CESE), a EDP viu reduzidos os encargos em 17%, de 62 milhões de euros no primeiro semestre de 2020 para 52 milhões em igual período deste ano.

A empresa explica que a evolução homóloga dos resultados financeiros está significativamente impactada pelo custo extraordinário com recompra de dívida registada no primeiro semestre de 2020 (57 milhões), bem como pela evolução positiva dos resultados cambiais e derivados financeiros.

Em junho, a dívida líquida da EDP era de 13,2 mil milhões, “impactada pela aceleração do investimento, em renováveis e redes, no seguimento do plano estratégico apresentado no início do ano”. A subida de 8% da dívida foi também influenciada pelo “aumento do investimento em fundo de maneio resultante da optimização da gestão de tesouraria num contexto de elevada liquidez financeira e baixas taxas de juro de curto prazo”.

Olhando para o total do ano de 2021, a EDP espera atingir um EBITDA recorrente de €3,7 mil milhões, um resultado liquido recorrente acima de 800 milhões e uma dívida liquida entre 11 e 11,5 mil milhões.

EDP investe 1,6 mil milhões em seis meses, 95% em renováveis

No que diz respeito ao investimento, aumentou 29% para 1,6 mil milhões no primeiro semestre, dos quais 95% em energias renováveis e redes de eletricidade. Nos últimos 12 meses, a EDP dá conta de ter instalado 2,1 GW de capacidade eólica e solar, “expandindo a sua presença em novos mercados”.

Até junho, 81% da produção de eletricidade da empresa teve origem em energias renováveis. Pelo contrário, a capacidade instalada de geração a partir do carvão diminuiu 37% em termos homólogos. Na Península Ibérica, a produção de eletricidade caiu 19% em termos homólogos, devido a uma menor produção das centrais de ciclo combinado a gás natural (-35%).

Quanto ao programa de rotação de ativos, a EDP tem já assegurado cerca de 25% do objetivo de 8 mil milhões previstos até 2025. No final de junho concluiu a venda de um portefólio de ativos (405 MW) nos Estados Unidos por 500 mil euros e foi também anunciado recentemente um acordo de rotação de ativos para um portefólio eólico de 221 MW na Europa pelo mesmo valor.

No segmento de comercialização na Península Ibérica, a EDP dá conta de uma redução de 21% no número de clientes em Portugal e Espanha, resultado da venda do portfólio à Total. Em Portugal, a EDP perdeu entre janeiro e junho 2% dos clientes no mercado liberalizado (tem agora uma carteira de clientes abaixo de quatro milhões) e 7% no regulado (menos de um milhão de famílias).

Já a taxa de penetração de novos serviços aumentou para 30% em junho (mais 5 pontos percentuais face ao ano passado), “como consequência do aumento de 20% e 82% do número de clientes manutenção de eletrodomésticos e seguros de saúde, respetivamente”. Nas novas soluções energéticas, a EDP instalou cerca de 68 MW de solar descentralizado na península Ibérica e noutros países europeus, dos quais 40 MWp como serviço.

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