CEO do Novo Banco acusa comissão de inquérito de criar “verdades alternativas”

O presidente executivo do Novo Banco criticou duramente o relatório final da comissão parlamentar de inquérito às perdas da instituição, considerando que foi um "jogo de votos" e acabará "esquecido".

António Ramalho criticou duramente o resultado final da comissão de inquérito às perdas do Novo Banco. Num artigo de opinião publicado no Diário de Notícias, o presidente executivo da instituição escreveu que a elaboração do relatório pelos deputados foi “um jogo de votos onde cada um busca o seu momento de glória”. “Será esquecido como todos os restantes”, vaticinou.

Para o gestor, a comissão de inquérito era uma oportunidade “para não deixar uma única pergunta sem resposta”, tendo enviado “mais de um milhão de páginas” e “dezenas de documentos” para a Assembleia da República, para “alguns deputados brilharem com mais informação do que alguma vez tinham tido em processos anteriores”. “A equipa do Novo Banco investiu horas em audições parlamentares”, sem qualquer “reconhecimento pelo esforço despendido”, atirou.

No extenso artigo de opinião publicado no DN, António Ramalho deu exemplos onde acredita que a comissão de inquérito substituiu “factos inexistentes por argumentos”, “argumentos rebatidos por suspeitas” e “suspeitas não confirmadas por dúvidas sugeridas”.

“Exemplos? Chega uma auditoria independente à Promovalor que diz que a solução encontrada para a sua reestruturação é, entre as alternativas a que melhor recupera o crédito. Traduz-se em ‘parlamentês’ que a conclusão da auditoria é que os riscos aumentam e a exposição também e o tratamento é de favor”, acusou António Ramalho na referida exposição.

Lembrando que está em causa “um relatório sem relator, aprovado por quem o renegava e reprovado por quem o propunha”, o presidente executivo do Novo Banco rematou: “Se a idade nos tira o repente, dá-nos a sabedoria. Olho para este relatório com interessado distanciamento. Talvez porque ele não tem rosto, não tem autor. E um trabalho sem autoria ficará para o futuro com aquela assinatura que nos encanta nos livros antigos: ‘anónimo do século X’. Será esquecido como todos os restantes. E é pena”, concluiu.

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