Paulo Rangel pede demissão do ministro das Finanças
Em declarações ao Observador, o eurodeputado do PSD pede a demissão do ministro das Finanças. No debate quinzenal desta quarta-feira, os sociais-democratas não tinham ido tão longe.
Paulo Rangel, eurodeputado do PSD, pediu esta quinta-feira a demissão de Mário Centeno por considerar que o ministro das Finanças mentiu à Assembleia da República sobre o entendimento que tinha com o ex-presidente da Caixa Geral de Depósitos, António Domingues. No debate quinzenal de ontem, os sociais-democratas não tinham ido tão longe — só o CDS tinha questionado a manutenção da confiança no ministro.
“Os últimos acontecimentos demonstram que o ministro mentiu descarada e despudoradamente ao país, à opinião pública e ao Parlamento”, defende Paulo Rangel, em declarações ao Observador. Por isso, “a demissão é a única forma de assegurar a dignidade e a credibilidade externa do Governo”, argumenta.
Rangel refere-se às cartas reveladas ontem pelo ECO onde António Domingues recorda a Centeno que a dispensa de entrega da declaração de rendimentos e património ao Tribunal Constitucional “foi uma das condições acordadas” para a equipa aceitar o desafio de liderar o banco público.
O eurodeputado critica ainda o facto de a equipa das Finanças ter trabalhado na alteração à lei com a ajuda do escritório de advogados que assessorava o próprio António Domingues. “O Governo, através do ministro das Finanças e do secretário de Estado Mourinho Félix andaram a fazer uma lei especial com escritórios privados”, acusa.
E frisa que “já não é a primeira vez” que há “promiscuidade”, lembrando que o ex-presidente da Caixa participou nos encontros com a Comissão Europeia no âmbito das negociações para a recapitalização quando ainda não tinha sido contratado para o banco público e era quadro do BPI.
Sobre o argumento usado pelo primeiro-ministro de que “não há prova” que Centeno tenha assumido tais compromissos com o ex-presidente da Caixa — uma linha de pensamento corroborada também hoje pelo Presidente da República — Paulo Rangel diz que “quando está em causa a ética, não se trata de uma questão de provas”.
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