Atividade da Groundforce já permite pagar salários
Receitas da empresa de handling permitem cobrir custos de funcionamento. Sindicato diz que garantia foi dada pelos administradores de insolvência numa reunião no início da semana.
Depois de meses de salários e subsídios de férias pagos em atraso, que levaram à intervenção do Governo e da TAP, a Groundforce já conseguirá pagar normalmente os salários de agosto. A garantia foi deixada aos sindicatos na reunião que tiveram com os administradores de insolvência da empresa de handling dos aeroportos de Lisboa, Porto e Faro.
“Neste momento, a informação que temos dos administradores de insolvência é que a empresa tem receitas que cobrem os custos de funcionamento”, afirmou ao ECO o secretário-geral do Sindicato dos Trabalhadores da Aviação e Aeroportos (SITAVA), José Sousa. O que o dirigente sindical justifica com a recuperação do tráfego aéreo. “A TAP, que representa 70% da faturação, está a fazer mais voos”.
Segundo José Sousa, a TAP e outras companhias que trabalham com a Groundforce nos aeroportos portugueses, estão a pagar as faturas alguns dias antes da data de vencimento, ajudando à tesouraria da empresa, que assim conseguirá pagar os salários em agosto.
"As perturbações que existiram de salários pagos parcialmente resultaram de pequenas provocações de Alfredo Casimiro, para enfurecer os trabalhadores e levá-los à contestação.”
O dirigente sindical deixou críticas ao maior acionista da empresa e presidente até à insolvência, dizendo que “as perturbações que existiram de salários pagos parcialmente resultaram de pequenas provocações de Alfredo Casimiro, para enfurecer os trabalhadores e levá-los à contestação”. “Agora ele já não risca nada e as coisas estão calmas”, acrescenta.
A reunião com os administradores de insolvência, Bruno Pereira e Pedro Pidwell, decorreu na segunda-feira. José Sousa conta que os administradores de insolvência estão confiantes na viabilidade da Groundforce e afastaram um cenário de liquidação. O dirigente sindical mostrou confiança num “novo quadro acionista que dê uma nova estabilidade à empresa”.
Segundo noticiou o Público esta semana, citando um comunicado da Comissão de Trabalhadores, os administradores de insolvência defenderam que a Groundforce estava a ser “vítima de um condicionalismo conjuntural” e que, por isso, “a sua viabilização e a preservação dos postos de trabalho faz todo o sentido”.
A companhia de assistência em escala foi declarada insolvente pelo Juízo do Comércio do Tribunal de Lisboa a 4 de agosto. O pedido foi requerido pela TAP, que detém 49,9% do capital (43,9% através da TAP SGPS e 6% da PGA). Os restantes 50,1% pertencem à Pasogal de Alfredo Casimiro.
Neste momento decorre o prazo para os credores, nos quais se incluem os trabalhadores, entregarem a sua reclamação de créditos. A assembleia de credores, que decidirá o futuro da Groundforce, está marcada para 22 de setembro.
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