Mais de metade dos clientes têm um contador inteligente de energia

  • Carolina Bento
  • 16 Agosto 2021

Em 2020, 52% de instalações tinham contadores inteligentes instalados e a ERSE espera que, em 2024, todos os clientes os tenham.

Há 3.2 milhões de pessoas com contadores inteligentes instalados, o que equivale a 52% de instalações em Baixa Tensão Normal (BTN), ou seja, em pequenas empresas e habitações, segundo mostram os resultados do relatório sobre o Balanço da Implementação das Redes Inteligentes de Distribuição Energética em 31 de dezembro, publicado esta segunda-feira pela Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos (ERSE). De acordo com a ERSE, em 2024 espera-se que quase toda a população adira aos contadores inteligentes.

Desses 52%, Évora regista a maior percentagem (76%), seguida de Portalegre e Setúbal (63%). Lisboa e Porto rondam os 60% e os 46%, respetivamente. No fundo da lista, encontra-se Viana do Castelo (35%).

No final de 2020, havia 38% das instalações com acesso a serviços remotos. Desses, 22% estão em telegestão, ou seja, têm contador inteligente instalado e acesso a alguns “serviços inovadores”, como a ERSE caracteriza, que incluem, por exemplo, a leitura mensal à distância do contador, mesmo que não estejam integrados em redes inteligentes. O restante, 16% das instalações BTN estavam integradas em redes inteligentes, isto é, cerca de 1 milhão de clientes.

As operadoras, por seu lado, avançam que, até ao final de 2022, 50% das instalações de BTN estejam integradas numa rede inteligente e que, dois anos depois, essa percentagem aumente para os 76%. No entanto, a ERSE verificou alguns comercializadores não conhecem a regulamentação relativa ao registo de instalações integradas em redes inteligentes.

O relatório propõe assim reforçar a informação que está disponível aos comercializadores, principalmente sobre as suas obrigações e direitos, para além dos que dizem respeito aos clientes. “A concretização dos benefícios potenciais das redes inteligentes depende de um bom funcionamento da comunicação entre ORD e comercializador e deste último com o cliente. Deve ser tido em conta a novidade destes serviços e plataformas, já que apenas em dezembro de 2020 foram inscritas as primeiras instalações de BTN nas redes inteligentes em Portugal continental”, lê-se.

Para além disso, a maior parte dos comercializadores não usa todas as potencialidades que existem da integração de instalações de consumo em redes inteligentes. Dois terços dos comercializadores “têm, ou preveem vir a ter, uma plataforma eletrónica própria para disponibilização dos dados de consumo dos seus clientes, em complemento à plataforma do próprio operador de redes. Nestas plataformas eletrónicas predominarão os dados acumulados e discriminados (diagramas de carga), a potência máxima tomada ou os alertas de consumo”, explica a ERSE. Por sua vez, metade já oferece ou vai oferecer serviços inéditos que se baseiam em redes inteligentes, como “o aconselhamento tarifário e contratual, o aconselhamento sobre soluções de autoconsumo ou de mobilidade elétrica, ofertas de tarifas dinâmicas e alertas de consumo“.

A ERSE define redes inteligentes de distribuição energética como serviços e ferramentas ao dispor dos utilizadores e dos operadores das redes que permitem o acesso a dados de produção e consumo e ao próprio estado da rede e dos seus elementos, de forma muito detalhada, automatizada e atualizada. São “uma ferramenta essencial da transição energética”, que se caracteriza pelo “aumento dos consumos de eletricidade, substituindo outros vetores energéticos (como os combustíveis fósseis) por um grande aproveitamento das fontes de energia renovável e por um aumento da controlabilidade da rede habilitada pela sua digitalização e automatização”.

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