E-Redes estreia nova imagem com concorrência espanhola na mira na baixa tensão
Os concursos para as concessões de baixa tensão deverão ter lugar em meados de 2021. A EDP vai ter de enfrentar pela primeira vez a concorrência de empresas como a Endesa e a Iberdrola, por exemplo.
João Torres, o presidente do Conselho de Administração da EDP Distribuição, que a partir desta sexta-feira, 29 de janeiro, passa a chamar-se definitivamente E-Redes, identificou a renovação das concessões de rede em baixa tensão, que a empresa detém há 20 anos, como a primeira de quatro prioridades na agenda nesta nova fase de mudança de imagem, que será mais intensa em 2021.
A mudança de imagem — do tradicional vermelho vivo da EDP Distribuição para o novo amarelo e preto da E-Redes — será feita em três fases, com um investimento de dois milhões de euros, que terá impacto “neutro” para os consumidores, garante o responsável.
“Nós temos as concessões de 278 municípios em Portugal Continental, estarão a concurso num futuro próximo, não sabemos ainda quando, mas temos de nos preparar para vencer”, garantiu, optando por não se pronunciar sobre o atraso de quase dois anos por parte do Governo na organização dos respetivos concursos, que chegaram a estar previstos para 2019. “O atraso não foi por culpa nossa. Sempre estivemos disponíveis”, disse João Torres.
No final do ano passado, o Executivo criou um grupo de trabalho com os municípios (a quem pertencem as concessões originalmente), a ERSE e a DGEG para desenhar no espaço de poucos meses o caderno de encargos das novas concessões da distribuição elétrica em baixa tensão. Os concursos deverão ter lugar em meados de 2021.
A EDP tem agora ter de enfrentar pela primeira vez a concorrência de outras empresas que estão de olho nas concessões em baixa tensão, como já foi anunciado pela Endesa e pela Iberdrola, por exemplo.
“Quanto à concorrência, claro que preocupa, sabemos isso, mas acredito nas capacidades que temos. Estou convencido que conseguimos bater a concorrência desde que se faça uma boa qualificação, se definam critérios”, disse o presidente do Conselho de Administração.
Sem referir a Endesa e a Iberdrola, sublinhou no entanto que não há concursos para baixa tensão em Espanha, França ou Itália: “A concorrência está nesses países e lá nós não podemos concorrer com eles, mas eles podem concorrer cá”.
No entanto, José Torres está confiante: “Temos uma história de melhoria de qualidade de serviço em todo o território, redução de assimetrias, proximidade com populações, com autarquias. Temos um currículo que nos faz olhar para os concursos das concessões com otimismo. O que pode falta à E-Redes é ser desafiada pela primeira vez. Vamos preparar-nos para ir a concurso. Não tem sido a nossa especialidade”.
Empresas receia que nova imagem possa facilitar burlas
O Presidente do Conselho de Administração está, no entanto, menos confiante com outra faceta da mudança de designação da EDP Distribuição imposta pela ERSE, para diferenciar as empresas do grupo EDP, no seguimento de novas regras europeias que impõem a separação de atividades nos mercados energéticos.
“É fundamental garantir que todos conheçam a nova marca E-Redes e a associem ao operador de redes”, afirmou João Torres, receando que a falta de conhecimento possa “causar confusão nos clientes” e facilitar as burlas, como realização indevida de cobranças, por exemplo. Por ano os colaboradores da empresas são responsáveis por efetuar 34 milhões de leituras de contadores, que comunicam aos comercializadores.
Até 29 de janeiro será alterada a imagem da marca nas iniciativas de alto impacto e visibilidade, como a comunicação escrita com clientes e entidades externas, a imagem do site e da aplicação móvel, do contact center e dos 23 postos de atendimento, adaptado o fardamento dos colaboradores (e não substituído por completo para travar custos) e feita a alteração da designação comercial e societária da empresa.
Até dezembro serão feitas alterações de visibilidade média, como a implementação gradual da nova imagem na frota automóvel. Para último ficará a sinalética dos ativos técnicos, como postos de transformação, entre outros.
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