Biomassa e bombas de calor na linha da frente para travar o frio, dizem ambientalistas

Os consumidores devem investir em equipamentos como ar condicionado ou bombas de calor que têm uma eficiência na produção de calor quatro a cinco vezes superior à de um irradiador a óleo, diz a Zero.

Depois de a Deco ter vindo já alertar que grande parte da população portuguesa continua ainda a optar por soluções para aquecer a casa no inverno baseadas sobretudo em energias fósseis (gás natural, gás butano e eletricidade de origem não renovável), é agora a vez da associação ambientalista ZERO – Associação Sistema Terrestre Sustentável sublinhar que no curto prazo uma das prioridades dos consumidores deve passar pelo uso uso de biomassa através da queima de lenha em lareiras, evitando as lareiras abertas, e usando recuperadores de calor, salamandras ou sistemas a pellets.

No entanto, advertem, “a sua utilização deve ser moderada, porque a queima de biomassa, de acordo com o tipo de instalação, pode causar uma poluição do ar significativa por partículas e pode também prejudicar a qualidade do ar interior”.

A longo prazo, os consumidores devem considerar igualmente investir em equipamentos como ar condicionado ou bombas de calor que, “embora apresentem um custo elevado e impliquem algum ruído, têm uma eficiência na produção de calor quatro a cinco vezes superior à de um irradiador a óleo”.

Ar condicionado e salamandra a pellets são dos que mais custam no início, mas por ano pesam menos de 25 euros na conta da eletricidade se forem usados como aquecimento seis vezes por dia durante seis meses, mostram as contas mais recentes da Deco. Ainda por cima são amigos do ambiente e só emitem 24 quilos de CO2 por ano, no caso de ar condicionado. Se optar por um emissor de calor, a fatura será de mais 309 euros anuais e 318 quilos de CO2. Com um convector de calor são 232 euros a mais na fatura e com um termoventilador a conta soma mais 95 euros ao ano.

A Zero também fez as contas e garante que o custo com eletricidade de um único aquecedor a óleo pode ser facilmente superior a 8 euros por dia. “O que se paga em eletricidade durante uma semana de um aquecedor a óleo ligado é superior ao seu custo”, acusam aos ambientalistas, lembrando que estes equipamentos, tal como os termoventiladores, estão isentos das regras de rotulagem energética presentes no Regulamento 2015/1188 de Comissão Europeia, relativo aos requisitos de conceção ecológica para os aquecedores de ambiente local, que entrou em vigor há dois anos.

“Em Portugal, a forma mais escolhida para se aquecer a casa passa por recorrer à climatização ativa através de aquecedores locais como irradiadores a óleo ou termoventiladores. Estes equipamentos são escolhidos pelo baixo preço de aquisição e rapidez de colocação em funcionamento, mas são os sistemas mais ineficientes, traduzindo-se num custo significativo para os utilizadores em termos de utilização, ao mesmo tempo que proporcionam um reduzido conforto térmico, pois acabam por ser utilizados o menos possível de forma a evitar um aumento dramático da fatura de eletricidade”, refere a Zero em comunicado, pedindo aos consumidores que monitorizem os seus contadores, “esperando-se já gastos muito acrescidos neste mês”.

Outros conselhos da Zero que ajudam a manter a casa quente e protegem o ambiente passam pela calafetagem de portas e janelas que estejam a conduzir a entradas significativas de ar frio na habitação; isolamento térmico com ecomateriais ou materiais reciclados, em coberturas ou pavimentos interiores ou exteriores, em paredes exteriores ou interiores; substituição dos envidraçados, aplicando melhores janelas nas habitações, que reduzem significativamente as perdas de calor para o exterior, beneficiando-se também de uma redução do ruído exterior. As janelas eficientes já têm também etiqueta energética, para ajudar o consumidor a fazer uma escolha melhor escolha e valorizar o seu investimento.

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