Massa insolvente garante salários a 100% a trabalhadores da Dielmar fora do apoio à retoma
75% dos trabalhadores da Dielmar vão receber o salário completo através da retoma progressiva e 25% pela massa insolvente, revela ao ECO o sindicato têxtil da Beira Baixa.
A maioria dos trabalhadores da Dielmar vai ficar abrangida pelo apoio à retoma progressiva, durante agosto e setembro, sendo a Segurança Social responsável pelo pagamento dos seus salários a 100%. Segundo adiantou ao ECO a presidente do Sindicato dos Trabalhadores do Setor Têxtil da Beira Baixa, Marisa Tavares, os demais também receberão os ordenados por inteiro, mas serão assegurados pela massa insolvente.
“A solução encontrada pelas entidades competentes é a continuação do mecanismo de apoio à retoma progressiva da atividade. Neste sentido, [os trabalhadores] ficam isentos de se apresentarem ao trabalho”, adiantou a sindicalista, revelando que os salários de agosto e setembro “estão garantidos”. Marisa Tavares detalhou que “75% dos trabalhadores serão pagos a 100% através da retoma progressiva e 25% dos trabalhadores serão pagos a 100% pela massa insolvente”.
Isto porque desde junho que o apoio à retoma progressiva apenas permite aos empregadores (salvo os dos setores mais afetados pela pandemia) cortar os horários em 100% se essa redução do período normal de trabalho se aplicar, no máximo, a 75% do pessoal. A Segurança Social fica responsável pelo pagamento à empresa de um apoio que serve para cobrir a totalidade dos salários dos trabalhadores abrangidos.
Os trabalhadores da Diemar estavam já em julho abrangidos pelo apoio à retoma progressiva, mas a gerência anterior deu a indicação de que iam sair deste regime. No entanto, perante o cenário de incerteza e “enquanto é agilizado o processo de venda, esta foi a solução encontrada por parte das entidades competentes“, que estão a gerir o processo de insolvência da empresa de vestuário. “Desde março do ano passado, os trabalhadores passaram pelo lay-off, programas de formação, apoio à retoma progressiva. Durante este ano e meio, a antiga gerência recorreu aos apoios que estavam direcionados no âmbito da pandemia”, explicou ao ECO Marisa Tavares.
Para a presidente do Sindicato dos Trabalhadores do Setor Têxtil da Beira Baixa, o referido apoio extraordinário é agora “a salvaguarda que está a ser dado o tempo necessário para que se encontre uma solução, que dê perspetivas de futuro à empresa”. A sindicalista frisou, ainda assim, que esta “luta não termina, só agora é que está a começar”.
O ministro da Economia, Pedro Siza Vieira, também já tinha mostrado intenção de encontrar soluções para garantir o pagamento dos salários dos colaboradores durante os próximos meses e a acelerar o processo de venda. Entretanto, está marcada para o dia 26 de outubro a assembleia de credores. O referido sindicato espera que até essa data “seja encontrada uma solução que dê futuro e continuidade à empresa com a salvaguarda dos postos de trabalho”.
O futuro da Dielmar pode passar pelas mãos de novos investidores, sendo que já existem cinco interessados em adquirir a empresa de vestuário que declarou insolvência no final de julho. A informação foi avançada ao ECO por fonte oficial da Câmara Municipal de Castelo Branco, cujo autarca tem manifestado confiança na viabilização da companhia que emprega quase três centenas de pessoas.
Apesar das manifestações de interesse, a Câmara de Castelo Branco clarifica que ainda não é possível apurar a “viabilidade” destes cinco interessados em comprar a empresa. Apesar do interesse, o cenário ainda é de incerteza.
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