Colheita será mais suculenta este ano e traz vinho de boa qualidade

Nesta campanha é esperada uma produção de 6,5 milhões de hectolitros, o que corresponde a um aumento de 1%. Na região do Porto e Douro e Terras de Cister a produção deve aumentar.

As vindimas já arrancaram, as uvas já estão a chegar ao lagar e todos os sinais indicam que a colheita 2021/2022 será mais suculenta que a do ano passado. Na colheita deste ano é esperado uma produção de 6,5 milhões de hectolitros, o que corresponde a um aumento de 1% em relação à campanha anterior. Para além da quantidade, está prevista uma produção de vinhos de “boa qualidade”.

Apesar de alguma instabilidade meteorológica observada ao longo do ciclo vegetativo da cultura, o presidente do Instituto da Vinha e do Vinho (IVV) antecipa que as “uvas apresentam um bom estado fitossanitário perspetivando-se a produção de vinhos de boa qualidade”. Bernardo Gouvêa realça, ao ECO, que “a nível de matéria-prima existem ótimas condições para uma excelente campanha”.

O acréscimo global de produção, em relação à campanha anterior, é sustentado pela maioria das regiões vitivinícolas, destacando-se a região do Douro e Porto com o maior aumento de volume (+253 mil hectolitros) e a região das Terras de Cister, com um crescimento de 35%, de acordo com dados provisórios do Instituto da Vinha e do Vinho (IVV). O ano passado, o Douro e as Terras de Cister foram as regiões mais afetadas e onde se registou maior decréscimo na produção.

Em contraciclo, estão as regiões dos Açores (-25%), do Minho (-15%) e de Lisboa (-15%), onde se antecipam as maiores quebras de produção, face à campanha anterior.

“Tivemos um ano em termos híbridos muito positivo, mas houve de facto alguma instabilidade climática nas zonas com maior decréscimo. Em traços gerais, o ciclo da campanha foi bom sem grandes fenómenos exteriores”, conta Bernardo Gouvêa.

Região do Douro e Porto com maior aumento de produção

De Norte a Sul, cada região tem as suas particularidades. O terroir, a dispersão geográfica das vinhas, as diferentes castas, as condições meteorológicas ao longo do ciclo, a exposição solar e os tratamentos conduzem a situações muito díspares entre as diferentes regiões vitivinícolas e as perspetivas são divergentes. No entanto, o balanço da colheita de vinho este ano é “bastante positivo” nas várias regiões vinícolas.

No Douro e Porto, a perspetiva é de um aumento da produção na ordem dos 20%. “Estamos no início, mas os primeiros indicadores são altamente promissores”, disse à Lusa Rui Soares, presidente da ProDouro – Associação dos Viticultores Profissionais do Douro.

Na região de Trás-os-Montes a previsão aponta para um aumento na produção de 5%. Já na região Terras do Dão prevê-se um aumento na produção de 15% e na região Terras de Cister espera-se um aumento de 35%. No Alentejo o cenário é o mesmo. A produção de vinho deve aumentar entre 5% e 10% este ano, para um total de 120 milhões de litros, estimou a Comissão Vitivinícola Regional Alentejana (CVRA).

Na região da Península de Setúbal é esperado um aumento de produção de 5%, enquanto em terras algarvias a previsão de produção aponta para um aumento de 10%.

Em sentido contrário, está a região do Minho, Lisboa, Tejo, Madeira Açores. Na região minhota é esperado um decréscimo na produção de 15%, mas mesmo em menor quantidade está prevista uma produção de boa qualidade. Na capital é estimado uma quebra de 15% na produção, enquanto no Tejo que quebra é menor, cerca de 5%. Nos Açores é previsível uma diminuição de 25% na produção e na Madeira será de apenas 3%.

Nos primeiros seis meses do ano, as exportações de vinhos portugueses aumentaram 14,5% em volume e 19,3% em valor e atingiram quase 436 milhões de euros. O presidente do Instituto da Vinha e do Vinho (IVV) realça que a “produção não acompanha, neste momento, o crescimento que existe na exportação e o ano normal sem efeito pandémico no mercado doméstico”. Bernardo Gouvêa destaca que “continuam a incentivar a plantação de novas áreas de vinha”.

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