Subida de rating da Moody’s é “grande sinal” de “futuro sólido” da economia, diz Costa
Graças ao processo de vacinação, Portugal está “a poucas semanas, senão poucos dias” de considerar a pandemia da covid-19 “controlada”, apontou António Costa.
O secretário-geral do PS, António Costa, defendeu este sábado que a subida de ‘rating’ da Moody’s é um “grande sinal” do “futuro sólido” da economia portuguesa e da capacidade de Portugal “voltar a crescer” e “pagar a dívida”.
“Ainda ontem [sexta-feira] a única agência de ‘rating’ que ainda não tinha subido o ‘rating’ da República veio também juntar-se às outras e aumentar o nosso ‘rating’ como um grande sinal da nossa capacidade de voltar a crescer, a pagar a nossa dívida, honrar os nossos compromissos e num futuro sólido para a economia portuguesa”, salientou António Costa.
O secretário-geral do PS, António Costa, falava em Vizela, num comício de apoio ao candidato do PS Victor Hugo Salgado, e reagia ao anúncio, feito pela agência Moody’s na sexta-feira, da subida da notação da dívida portuguesa de Baa3 para Baa2, com perspetiva estável, e apontando a expectativa de melhoria do crescimento da economia a longo prazo.
Destacando que, graças ao processo de vacinação, Portugal está “a poucas semanas, senão poucos dias” de considerar a pandemia da covid-19 “controlada”, António Costa salientou que este controlo permite “recuperar a confiança” no futuro.
“E essa confiança é fundamental, foi essa confiança que fez com que, no momento de maior incerteza que tivemos, – no primeiro trimestre deste ano – os empresários portugueses tenham batido todo o recorde de investimento privado nas suas empresas, acreditando no futuro do país, e de que era possível virar esta página e de novo retomar uma trajetória de progresso”, apontou.
O secretário-geral do PS relembrou assim que, na anterior crise, Portugal chegou a ter “18% de desempregados”, enquanto agora nunca passou dos 8% e já reduziu para 6,5%. “E temos que continuar a trabalhar para reduzir, porque a nossa prioridade tem de continuar a ser emprego, emprego, emprego, um futuro de emprego para todas e todos os portugueses”, frisou.
Afirmando assim que é a confiança dos portugueses no futuro da economia que tem permitido que, “quer interna quer externamente”, se acredite na “capacidade de relançamento” da economia portuguesa, António Costa abordou as especificidades do distrito de Braga para salientar o papel “fundamental” que o distrito tem no “tecido económico” do país.
“No conjunto destes concelhos concentra-se grande parte da indústria mais moderna, mais inovadora, mais exportadora do nosso país, aquela indústria que tem feito o país crescer e que tem permitido ao país conseguir cada vez mais exportar mais para os outros mercados”, salientou.
O secretário-geral apelou assim a que se continue a votar “nos autarcas que têm como prioridade muito clara o desenvolvimento do seu território”, “o apoio às suas empresas” e à criação de emprego”, afirmando que, em Vizela, esse perfil tem um nome: Victor Hugo Salgado.
“Nós não vamos só derrotar este vírus, vamos também conseguir que a nossa economia, o nosso país, a nossa região, o concelho de Vizela, continue a progredir, a desenvolver-se, a criar cada vez mais riqueza, a ser cada vez mais próspero, a ter empresas melhores, com mais e melhor emprego, com mais rendimento”, concluiu.
Na sexta-feira, a Moody’s sublinhou que vai ser um “desafio” para Portugal conseguir absorver de “forma eficaz” os fundos do ‘Next Generation EU’ e ainda os do novo quadro comunitário, mas lembra o “histórico relativamente bom” de Portugal na absorção de fundos, o que “dá confiança de que o Governo vai ser capaz de cumprir o seu plano de investimentos”.
Relativamente à evolução da dívida, a Moody’s frisou que Portugal entrou na crise causada pela pandemia com uma “situação orçamental saudável” e que o impacto orçamental das medidas de controlo e mitigação dos impactos sociais e económicos da covid-19 foram mais reduzidos do que noutros países do sul da Europa, como Espanha, Itália e Grécia. Neste contexto, refere a nota, “em 2021 a Moody’s espera já que o rácio da dívida pública inicie uma tendência de descida” e que esta se mantenha nos anos seguinte.
A agência de ‘rating’ estima que o rácio da dívida atinja os 127% do PIB em 2021, abaixo dos 133,6% registados em 2020. Além disso, espera que em 2024 o aumento da dívida relacionado com as medidas que tiveram de ser tomadas por causa da pandemia tenha já sido “completamente eliminado”. A classificação agora atribuída a Portugal (Baa2) é a mais elevada desde 2011 e a primeira desde que em 2018 a Moody’s retirou o país do ‘lixo’ ao atribuir-lhe uma classificação de Baa3.
Em março deste ano, a Moody’s optou por não se pronunciar sobre a dívida pública portuguesa, mantendo-a com a classificação de Baaa3, um nível acima do ‘lixo’, com perspetiva positiva. O ‘rating’ é uma classificação atribuída pelas agências de notação financeira que avalia o risco de crédito (capacidade de pagar a dívida) de um emissor, que pode ser um país ou uma empresa.
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