Banca carrega nas comissões para transferir dinheiro
Comissão de manutenção de conta está mais cara, mas foi nas transferências que os valores médios mais subiram. Enviar dinheiro ao balcão, pela internet ou via telemóvel ficou mais caro este ano.
Cêntimo a cêntimo, as comissões cobradas pelos bancos não páram a aumentar. Praticamente todos os serviços disponibilizados estão mais caros, desde a simples manutenção da conta aos levantamentos, mas o custo mais elevado sente-se particularmente na hora de fazer transferências de dinheiro.
Em 2020, ano que ficou marcado pela chegada da pandemia, o custo de ter uma conta desceu em 1% para um valor médio de 57,60 euros anuais. Este ano, contudo, a tendência voltou a ser de aumento. De acordo com dados do Banco de Portugal, na primeira metade do ano assistiu-se a um aumento de 2,67% no valor médio desta comissão.
Entre 108 instituições financeiras, o encargo médio cobrado aos clientes pelos bancos estava no final de junho em 59,14 euros por ano, sendo o mais habitual um custo de 62,40 euros. Este aumento fez-se sentir nas contas ditas normais, mas também nas chamadas “contas base”, embora de forma menos expressiva, sendo que no caso das contas de serviços mínimos o custo médio manteve-se nos 3,58 euros anuais.
Nos levantamentos de dinheiro que os clientes têm nas contas bancárias, se feitos ao balcão, o valor voltou a subir no primeiro semestre, em 0,42%, mas isto depois de ter disparado quase 20% no ano passado. O custo médio vai já nos 4,44 euros, ainda assim bem menos do encargo suportado por quem dá uma ordem de transferência recorrendo ao mesmo balcão: custo ascende a 7,14 euros, em média.
É nas transferências que se regista um aumento generalizado dos encargos para os clientes, de acordo com os dados do Relatório de Supervisão Comportamental. Em todas as formas de fazer uma operação destas houve aumentos de preços que chegam a duplicar a taxa de inflação.
Se no caso das operações realizadas ao balcão, as mais caras, o encargo médio subiu 1,28%, as transferências realizadas através da internet, no homebanking, sem intervenção de qualquer funcionário, subiram ainda mais. Depois do aumento de 3,39% em 2020, na primeira metade deste ano ficou 1,64% mais caro enviar dinheiro para outra qualquer conta.
Mais caro do que usar o homebanking é usar o telemóvel para fazer estas operações. Segundo o Banco de Portugal, considerando as 16 instituições que oferecem este serviço aos seus clientes, o custo médio vai já em 85 cêntimos por operação, sendo o mais normal que um qualquer cliente tenha de suportar um custo superior a um euro de cada vez que transfere.
Recorrer ao smartphone para enviar dinheiro a outra pessoa custa agora 3,66% mais do que o valor médio que era cobrado pelos bancos no final do ano passado.
O agravamento dos custos nestas transferências que são cada vez mais comuns, pela facilidade que apresentam, tem sido uma constante. Basta olhar para o Relatório de Supervisão Comportamental de 2020 para perceber que, nesse ano, houve um aumento de 1,23% no encargo médio com estas operações.
Uma das formas de fazer essas transferências através do telemóvel é através do MB Way, sistema da SIBS cujos encargos foram limitados no verão do ano passado, entrando em vigor a 1 de janeiro deste ano. A lei que veio alterar estas comissões trouxe a isenção de custos em operações até 30 euros, num máximo de 150 euros ou 25 transferências por mês.
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