Toshiba com perdas de 3,2 mil milhões. Chairman demite-se
A tecnológica japonesa vai ter de abater cerca de 5,6 mil milhões ao seu negócio nos Estados Unidos. O chairman Shigenori Shiga vai manter-se na empresa até junho.
O chairman da Toshiba demitiu-se no dia em que a empresa anunciou prejuízos de 3,2 mil milhões de euros no ano até março de 2017, e o abatimento que se espera ser de cerca de 5,6 mil milhões de euros no seu negócio nos EUA. O conglomerado japonês pedira inicialmente mais um mês aos reguladores do mercado para apresentar os seus resultados financeiros, mas acabou por optar por revelar o valor do prejuízo esta terça-feira.
Os títulos da Toshiba chegaram a cair 9% por entre a desorganização do dia: a empresa falhou o prazo para apresentação de resultados, depois pediu mais tempo, e acabou por anunciar as perdas. Desde o final de dezembro, quando os problemas profundos do negócio norte-americano da Toshiba começaram a tornar-se claros, as ações da empresa já perderam 50% do valor.
Esta terça-feira, o chairman Shigenori Shiga apresentou a sua demissão, embora a empresa tenha anunciado que o gestor vai manter-se na posição até junho. A demissão serve assim para “assumir responsabilidade pelas perdas”, mas o chairman não sai já para começar a delinear a estratégia de resolução, segundo a BBC.
O abatimento multimilionário nos EUA prende-se com um negócio da sua subsidiária Westinghouse Electric, que comprou uma empresa de serviços e construção da área do nuclear, a Chicago Bridge & Iron, em 2015. Saber-se-ia mais tarde que a subsidiária pagou um preço muito mais alto do que o valor real dos bens que adquiriu. A Toshiba também ainda está a recuperar após notícia, em 2015, de que os seus lucros estavam a ser exagerados há sete anos, o que levou o conglomerado a realizar uma restruturação profunda.
Agora, falta saber como o conglomerado vai procurar recuperar o seu equilíbrio financeiro e angariar fundos. “Os investidores querem saber o que vai acontecer às empresas do nuclear e dos chips, se as operações dos elevadores e algumas das subsidiárias listadas da Toshiba vão ser vendidas”, disse à Bloomberg o analista Masahiko Ishino, da Tokai Tokyo Securities. “Também é preciso saber porque é que houve o abatimento do nuclear”.
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