Preços internacionais dos alimentos em máximos de dez anos
Segundo a FAO, os preços internacionais dos alimentos aceleraram em setembro pelo segundo mês consecutivo, apontando uma subida de 32,8% numa base anual.
Os preços internacionais dos produtos alimentares aceleraram em setembro pelo segundo mês consecutivo, atingindo um máximo de dez anos, disse esta quinta-feira a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO, na sigla em inglês), citada pela Reuters.
Estes valores terão sido impulsionados por ganhos nos óleos vegetais e cereais, sendo que a FAO tinha projetado para estes últimos uma produção mundial recorde em 2021. No entanto, a agência das Nações Unidas já disse que esta produção seria ultrapassada pela previsão de consumo.
O índice de preços de alimentos da FAO, que segue os preços internacionais dos produtos alimentares mais comercializados a nível mundial, atingiu uma média de 130 pontos no mês passado, a leitura mais alta desde setembro de 2011, segundo dados da organização. Numa base anual, os preços subiram 32,8% em setembro, enquanto a nível mensal o aumento foi de 2% em setembro em relação ao mês anterior.
Os preços dos produtos agrícolas subiram abruptamente no ano passado, motivados por recuos nas colheitas e pela procura chinesa. A subida de preços deveu-se sobretudo ao aumento de quase 4% dos preços do trigo, com a FAO a citar o aperto das disponibilidades de exportação face a uma forte procura.
“Entre os principais cereais, o trigo será o foco nas próximas semanas, uma vez que a procura precisa de ser testada contra o rápido aumento dos preços”, disse num comunicado o economista sénior da organização Abdolreza Abbassian.
Quanto aos preços mundiais do óleo vegetal, houve uma aceleração de 1,7% em setembro e um aumento anual de cerca de 60%, tendo em conta que os preços do óleo de palma cresceram com a robusta procura de importações e as preocupações em torno da escassez de mão-de-obra na Malásia, disse a FAO.
Já este mês de outubro, os futuros do óleo de palma aumentaram ainda mais atingindo níveis recorde, uma vez que um aumento nos mercados de petróleo bruto deu um maior apoio aos óleos vegetais utilizados no biodiesel.
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