Patrões do Minho falam em “princípio do colapso” com custos da energia
A Associação Empresarial do Minho relata casos de empresas que viram a fatura energética duplicar, arriscando a posição competitiva na exportação e “em casos mais extremos a viabilidade dos negócios".
É com “profunda preocupação” que a Associação Empresarial do Minho (AEMinho) está a acompanhar o aumento dos preços da energia, relatando casos de empresas que já viram a fatura energética duplicar.
“Num tecido empresarial em que [a energia] chega a representar 30% a 40% dos custos de produção, o aumento completamente exponencial dos preços pode representar o princípio do colapso da competitividade das empresas portuguesas, nomeadamente do setor industrial”, adverte.
Através de comunicado, a associação liderada por Ricardo Costa fala no agravamento de uma situação que já era difícil pelo contexto da pandemia, pela carga fiscal e pelo “aumento desconexo” dos combustíveis. E que “coloca em risco” o posicionamento das empresas face aos concorrentes internacionais e, “em casos mais extremos, a viabilidade dos seus negócios”.
“A questão dos recursos energéticos e da energia abre-nos caminho para um mundo que será mais sustentável e equilibrado, mas esta transição está ainda hoje a começar, a dar os primeiros passos, pelo que contar com os seus efeitos a curto prazo para serem uma ferramenta que dê resposta a estas dificuldades é pura demagogia e representa um afastamento gigante em relação àquilo que é a realidade do país”, critica a AEMinho.
No dia em que o Governo vai aprovar uma primeira versão da proposta de Orçamento para 2022, os patrões do Minho avisam ainda que “é urgente e imperativo que o Estado não sobrecarregue recorrentemente as empresas e a atividade económica como forma de se financiar, engordando a sua tecnoestrutura e fragilizando a economia real, que acrescenta riqueza e cria emprego”.
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