Marcelo acredita na aprovação do OE2022, mas não exclui cenário de eleições antecipadas

Após reações negativas do PCP e do Bloco de Esquerda à proposta de OE do Governo, Marcelo diz continuar confiante de que o documento passa.

O Presidente da República continua a mostrar-se convicto de que o Orçamento do Estado vai ser aprovado, mesmo depois das reações negativas do PCP e Bloco à proposta que o Governo apresentou na Assembleia da República. Marcelo Rebelo de Sousa admite ainda assim um cenário de uma crise política que provoque eleições antecipadas, mostrando dúvidas sobre se um orçamento feito em abril seria muito diferente do atual.

“Tenho para mim que o natural é que, com mais ou menos entendimento ou mais ou menos paciência, OE acaba por passar na Assembleia”, reiterou o Presidente da República, em declarações transmitidas pelas televisões. Apesar desta crença, Marcelo equaciona a possibilidade de existirem eleições antecipadas se o Orçamento for chumbado, algo que diz que deve ser evitado.

Para Portugal, numa altura em que sai de uma pandemia e precisa de fundos europeus, “não deve ter seis meses de paragem no pior momento por causa de eleições“, afiança o Presidente. Isto já que, se for chumbado o OE, a hipótese imediata é o Governo continuar em funções em duodécimos mas sem fundos europeus, ou, sem governo alternativo que se vislumbre, “o mais fácil é eleições”.

Num cenário de OE chumbado e no qual se avançaria para eleições, como estas não são possíveis entre o natal e fim do ano, avançariam em janeiro, pelo que um novo orçamento emergiria em abril, calcula Marcelo. “Será que o novo orçamento é tão diferente assim deste que vá compensar custos desta paragem?“, questiona o Presidente.

“Ao escolher-se o caminho do chumbo, escolhe-se o caminho que tem passos seguintes”, avisa Marcelo. Ainda assim, diz não estar pessimista porque continua a entender que a “alternativa é tão pesada e custosa que é natural que tudo seja feito para haver OE”. O Presidente vai reunir com os partidos políticos esta sexta-feira, apontando estar aberto a conhecer outras perspetivas. Com estas declarações, Marcelo ressalva também que se limitou a “fazer raciocínio”, não se pronunciando sobre o conteúdo do OE.

Após a proposta do Executivo de António Costa ser conhecida, tanto o Bloco, que votou contra o OE 2021, como o PCP, que o tinha viabilizado há um ano, criticaram duramente o documento e prometeram chumbá-lo caso não haja mais cedências do Governo. O foco estará agora nas negociações até à votação na generalidade a 27 de outubro.

(Notícia atualizada às 16h40)

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