Banco central chinês diz que riscos da Evergrande são “administráveis”
O banco central da China considera que os riscos que a dívida da construtora Evergrande acarreta para o sistema financeiro chinês são "administráveis".
O banco central da China considerou esta sexta-feira “administráveis” os riscos que a dívida da construtora Evergrande acarreta para o sistema financeiro chinês, numa altura em que o conglomerado ameaça entrar em incumprimento.
A maior imobiliária da China soma quase 260 mil milhões de euros em dívidas, valor superior ao Produto Interno Bruto (PIB) de Portugal.
A queda da construtora pode ter um efeito dominó no resto da economia: o imobiliário é o veículo de investimento favorito das famílias chinesas, pelo que uma crise sistémica no setor poderia ter fortes repercussões.
A Evergrande “tem sido muito mal administrada”, observou um alto quadro do Banco Popular da China, Zou Lan, citado pela imprensa local.
O grupo luta há várias semanas para honrar o pagamento de juros e entregar apartamentos aos seus clientes. “No geral, o risco de contágio para o sistema financeiro é administrável”, disse Zou.
As autoridades “instaram a Evergrande a aumentar os seus esforços para se desfazer de ativos e acelerar a retomada das obras”, acrescentou.
Vários fornecedores subcontratados pela empresa reclamaram que não estão a ser pagos e alguns levaram os seus casos a tribunal.
Além do setor imobiliário, a empresa investiu nos setores turismo, tecnologia digital, seguros, saúde e até veículos elétricos.
Fundada em 2019, a construtora automóvel Evergrande Auto tinha como ambição revolucionar o setor e competir com a norte-americana Tesla. Zou considerou agora que a empresa diversificou “às cegas”.
O setor imobiliário tem sido um dos motores da economia chinesa, devido à rápida urbanização do país, até há poucos anos maioritariamente rural. O setor é estimulado, em particular, pela necessidade da maioria dos chineses de ter acesso à propriedade, uma etapa quase obrigatória no avanço social.
Mas, face à crescente dívida das imobiliárias, os reguladores impuseram ao setor “três linhas vermelhas”, visando aumentar a liquidez das construtoras e reduzir a sua dependência de crédito.
Desde então, as mais vulneráveis têm lutado para se manterem à tona, enquanto as vendas e os preços dos imóveis caíram drasticamente nos últimos meses.
No mês passado, a Evergrande admitiu que pode não ser capaz de honrar todos os seus compromissos, mas afirmou que não está à beira da falência.
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