Número de desempregados desce para valor mais baixo desde março de 2020

O número de desempregados inscritos no IEFP encolheu 2,5% entre agosto e setembro. Em termos homólogos, a queda é de 12,4%. O número aproxima-se cada vez mais do valor pré-pandemia.

No final de setembro havia 359.148 desempregados inscritos nos centros de emprego do Instituto do Emprego e Formação Profissional (IEFP). Este é o valor mais baixo desde março de 2020 (343.761) e representa a sexta queda mensal consecutiva. Face a agosto, o total de desempregados encolheu 2,5% (-9.256) e, em termos homólogos, a queda é de 12,4% (-51.026).

“Para a diminuição do desemprego registado, face ao mês homólogo de 2020, na variação absoluta, contribuiu o grupo dos que estão inscritos há menos de um ano (-82.029) e, em sentido inverso, constata-se um aumento no desemprego dos indivíduos que permanecem inscritos há um ano e mais (+31.003)”, detalha o IEFP na nota de informação mensal divulgada esta quarta-feira.

Portugal está assim a 15.387 desempregados de alcançar o número pré-crise pandémica, a qual agravou o mercado de trabalho, ainda que não tanto quanto esperado devido aos apoios do Estado, nomeadamente o lay-off simplificado. O pico do número de desempregados no IEFP registou-se em março deste ano, durante o segundo confinamento, num total de 432.851 inscritos.

Fonte: Instituto do Emprego e Formação Profissional (IEFP).

Em termos regionais, todas as regiões estão a beneficiar da melhoria do mercado de trabalho, reduzindo o número de desempregados inscritos no IEFP. Porém, há duas que se destacam: o Algarve apresenta uma queda de 23,4% em termos homólogos, o que poderá estar relacionado com a recuperação do turismo, e o Alentejo regista uma diminuição de 18%. Esta tendência já vem dos meses anteriores.

Fonte: IEFP.

Em termos de profissões, a queda também é generalizada, mas há uns que se destacam: é o caso dos operadores e instalações e máquinas e trabalhadores da montagem (descida de 17,7% dos desempregados), assim como os trabalhadores qualificados da indústria, construção e artífices (-16,4%).

Desagregando não por grupos profissionais mas por atividade económica, o IEFP confirma também que a descida do número de desempregados é generalizada, sendo mais significativa no caso do alojamento, restauração e similares (-22,8%) — o que confirma a retoma do emprego no setor do turismo –, na indústria do couro e dos produtos do couro (-22,7%), no fabrico do equipamento informático, elétrico, máquinas e equipamentos (-21,8%) e na indústria do vestuário (-21,8%).

Esta redução do desemprego em Portugal aconteceu numa altura em que o desconfinamento prosseguiu graças à elevada taxa de vacinação e o controlo do número de casos e do impacto da doença na atividade hospitalar, o que permitiu acelerar a recuperação económica, sendo expectável um forte crescimento do PIB no terceiro trimestre.

Os números do IEFP mostram que a melhoria do mercado de trabalho tem pernas para continuar uma vez que existem mais ofertas de emprego por satisfazer. São um total de 23.800 ofertas de emprego por preencher em todo o país. São ligeiramente menos ofertas do que em agosto (-1,5%), mas fica 65,3% acima do que se verificada em setembro do ano passado.

Trabalhadores dos serviços continuam a ser dos mais afetados

Os dados do IEFP confirma que, do total de 304.167 desempregados candidatos a novo emprego no final de setembro, a maioria (73,4%) tinha trabalhado no setor dos serviços, com destaque para as atividades imobiliárias, administrativas e dos serviços de apoio (30,2%).

“19,9% eram provenientes do setor ‘Secundário’, com particular relevo para a ‘Construção’ (com um peso relativo de em relação ao 6,1%)”, refere ainda o IEFP, notando que “ao setor ‘Agrícola’ pertenciam 3,9% dos desempregados”.

A análise por grupos profissionais corrobora este panorama: a maioria dos desempregados eram trabalhadores não qualificados (24,3%) e trabalhadores dos serviços pessoais, de proteção/segurança e vendedores (21,4%). Porém, há uma novidade, com a terceira posição a pertencer aos “especialistas das atividades intelectuais e científicas” (12%), lugar que era anteriormente ocupado pelo pessoal administrativo (11,8%).

(Notícia atualizada às 12h20 com mais informação)

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