Rangel acusa Costa de “lavar as mãos como Pilatos” nos atrasos do 5G
Face às críticas do primeiro-ministro ao leilão do 5G da Anacom, o candidato à liderança do PSD defendeu a demissão da administração da Anacom.
Após as duras críticas do primeiro-ministro à Anacom sobre o leilão de 5G, intitulando-o como “o pior modelo de leilão possível”, Paulo Rangel vem acusar António Costa de fugir às suas responsabilidades na matéria e defende a demissão da administração da Autoridade Nacional de Comunicações (Anacom)
O eurodeputado e agora candidato à liderança do PSD, que falava aos jornalistas à entrada para uma reunião do grupo Partido Popular Europeu, em Bruxelas, apontou que, nessa mesma reunião, vai ser confrontado com o estado em que está Portugal na digitalização e nomeadamente no 5G. “Vou ter de explicar que o Governo português, ontem, veio dar o dito por não dito e dizer que tudo o que andou a fazer até agora, acobertando a Anacom, afinal foi um erro grande“, disse Rangel, em declarações transmitidas pelas televisões.
Após o “ataque visceral” do primeiro-ministro sobre a gestão do leilão do 5G, “agora não há outra hipótese” se não demitir a administração da Anacom. O eurodeputado do PSD pediu a António Costa que, tendo em conta que esta quarta-feira “mudou 180 graus de posição” em relação ao leilão da reguladora das telecomunicações, “então que tire consequências disso”. “Não é fazer uma espécie de escândalo à Galp 2 em pleno Parlamento para depois não acontecer nada e continuarmos neste compasso de espera como os últimos”, rematou.
Para o social-democrata, trata-se, “mais uma vez”, do primeiro-ministro “a lavar as mãos como Pilatos”. Paulo Rangel considera, aliás, que as empresas, as universidades, as startups e o próprio Plano de Recuperação e Resiliência do país “estão em grave risco de atraso” devido à demora em trazer a tecnologia de quinta geração para Portugal. Só há outro país no “estado de ponto zero” no seio da União Europeia em termos de 5G: a Lituânia, que deverá lançar o seu próprio leilão já na próxima semana.
Apesar de as declarações terem sido em Bruxelas, Paulo Rangel não se coibiu de falar da vida interna do partido ao qual se candidata a presidir. “Para o PSD e para o país, é sempre bom que haja alternativas democráticas“, afirmou, em referência ao recente anúncio da recandidatura de Rui Rio à liderança social-democrata, que saúda “com grande alegria democrática”.
Segundo o eurodeputado, as eleições diretas do partido, marcadas para 4 de dezembro, vão ser “um grande momento [para o PSD] de apresentar ao país as suas conceções e a maneira como quer ver o futuro nos próximos anos”.
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