Investimento nas startups portuguesas já vale um “unicórnio”
O número foi deixado na apresentação do programa Road 2 Web Summit: as startups nacionais já levantaram mil milhões de dólares. Presidente e Paddy Cosgrave deixaram elogios ao ecossistema português.
Vieram de Bragança, Vila Real, Funchal, Albufeira, Lisboa, Porto, Aveiro e muitas outras regiões de Portugal. Os seus fundadores tanto são homens, como mulheres. Se é verdade que a maioria tem nacionalidade portuguesa, há também empreendedores do Brasil, de Itália e até do Azerbeijão. São algumas das 75 startups selecionadas para o programa Road 2 Web Summit e que vão procurar na feira de tecnologia investimento para os seus produtos e serviços, crescendo um bolo que já vai em mil milhões de dólares, número revelado pelo secretário de Estado da Transição Digital.
A apresentação do programa decorreu na tarde de quinta-feira no Picadeiro Real em Belém, com a presença de Paddy Cosgrave, Marcelo Rebelo de Sousa e André de Aragão Azevedo. Foi este último que relevou o marco atingido pelo ecossistema de startups português, que atingiu mil milhões de dólares (o equivalente a 860 milhões de euros ao câmbio atual) em capital levantado. Tanto quanto vale um “unicórnio”, que em Portugal já são cinco: Farfetch, Outsystems, Talkdesk, Feedzai e Remote.
“É um marco muito significativo que representa a maturidade do nosso ecossistema. Nós podemos já hoje considerar-nos uma startup nation, mas a nossa expectativa é que sejamos uma scaleup nation e uma unicorn nation“, afirmou André de Aragão Azevedo.
“A diversidade que vimos aqui hoje [quinta-feira] em termos de nacionalidades, em termos de género, em termos de projetos, é representativo daquilo que é a vitalidade deste ecossistema”, destacou também. Sublinhou ainda o reforço da “capacidade de investimento com instrumentos específicos decorrentes do PRR, com 125 milhões de euros para ajudar startups e incubadoras“. E disse esperar que a aprovação do Orçamento do Estado permita resolver o problema da tributação das stock options.
Paddy Cosgrave também deixou elogios à plateia de empreendedores. “As startups portuguesas têm vindo a levantar capital e a fazer coisas incríveis no último ano. O ritmo de crescimento e de maturação do ecossistema português está a acontecer mais depressa do que esperava há três ou quatro anos. É bastante incrível”.
O CEO da Web Summit deu também alguns conselhos: “Muitas pessoas já estão a planear os seus dias na Web Summit, não hesitem em ir atrás delas, investidores, potenciais clientes, jornalistas”. “Na vida, o fácil é não criar uma empresa. Vocês escolheram um caminho difícil. Desejo-vos muita sorte.”
Marcelo Rebelo de Sousa foi o último a discursar e também enumerou qualidades. “Há mais jovens, mais mulheres, mais presença internacional, europeus e não europeus, como os nossos irmãos brasileiros, há ideias diferentes, as mais variadas, em todos os momentos da vida, do nascimento à morte”.
Tal como antes tinha feito o secretário de Estado, elogiou a resiliência das startups durante a pandemia. “É um momento difícil, com pandemia ainda, com atraso na recuperação económica, com uma transição energética e digital mais lenta. Mesmo assim as startups resistem e vão à frente fazendo o futuro”, sublinhou.
Os fundadores tiveram um minuto e meio para fazer um pitch e apresentarem as suas startups. Care Force, Floovly, Unicage, The Bam&Boo, The Newsroom, ArtBlock, Cityoo, Keepr, sshare.media, Zharta ou United Boutiques foram algumas das startups que se deram a conhecer.
A Web Summit volta este ano ao Altice Arena, entre os dias 1 e 4 de novembro, com mais de 700 oradores e 1.250 startups. A organização espera trazer 40 mil visitantes a Lisboa, menos cerca de 30 mil do que em 2019.
O programa “Road 2 Web Summit” da Startup Portugal selecionou 75 empresas nacionais para participar na maior conferência tecnológica do mundo. Antes, poderão realizar um bootcamp, com treinos intensivos de preparação para a participação no evento.
"Continuo a sonhar que um dia vou ter uma startup. Não como Presidente, seria concorrência desleal, mas logo após o fim do mandato. Se ainda estiver vivo, por favor entrem em contacto comigo.”
“Temos aqui uma grande representação do que podemos esperar neste ecossistema no futuro próximo. Empresas que um dia podem somar aos unicórnios que Portugal já tem”, afirmou António Dias Martins, diretor executivo da Startup Portugal, na abertura do evento. “Temos novo financiamento a chegar e todo o ecossistema vai beneficiar desta nova capacidade“, garantiu.
Um ecossistema de que Marcelo Rebelo de Sousa também quer um dia fazer parte. “Continuo a sonhar que um dia vou ter uma startup. Não como Presidente, seria concorrência desleal, mas logo após o fim do mandato. Se ainda estiver vivo, por favor entrem em contacto comigo”.
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