Lobo Xavier considera que Marcelo vai ter em conta disputas internas no PSD e CDS ao marcar legislativas
Os conselheiros de Estado comentam a marcação de eleições, antes de se reunirem esta tarde com o Presidente da República para decidir sobre a dissolução do Parlamento, na sequência do chumbo do OE.
Depois de, na terça-feira, o Presidente da República garantir que não terá em conta o calendário das disputas internas dos partidos da direita na escolha da data da ida às urnas, António Lobo Xavier, conselheiro de Estado e antigo deputado centrista, afirmou esta quarta-feira que Marcelo Rebelo de Sousa certamente terá em conta as eleições para a liderança do PSD e do CDS na escolha da data para as legislativas.
“Nenhum Presidente da República toma uma decisão destas sem se assegurar dos mínimos relativamente às agendas dos partidos que foram apanhados no meio de discussões internas e de eleições internas”, comentou Lobo Xavier em entrevista à TSF, horas antes de ser recebido pelo chefe de Estado, considerando-se “crente de que esses mínimos serão assegurados”.
Ainda assim, o ex-líder parlamentar do CDS admite que “os partidos têm de se adaptar e adaptar as suas agendas às inevitabilidades e às surpresas das circunstâncias políticas”. A crise política, pela qual culpa BE e PCP, “não é desejável”, mas perante as circunstâncias atuais, convocar eleições é a melhor forma de resolver o problema criado pelo chumbo do Orçamento do Estado.
Tal como Lobo Xavier, o ex-líder do PSD e também conselheiro de Estado Luís Marques Mendes responsabiliza bloquistas e comunistas pela crise política, e considera que as legislativas só devem ser marcadas após a realização de debates entre os candidatos. “Tem de se encontrar uma data que permita que antes da campanha eleitoral, como é tradição, haja debates, que normalmente levam umas duas semanas a 20 dias”, sublinha em declarações também à TSF, apontando eleições “lá para meados de janeiro”.
Já Francisco Louçã, ex-líder do Bloco de Esquerda, acusa o primeiro-ministro de desencadear uma crise política “superficial” para provocar eleições antecipadas, pois António Costa ficou “zangado” por não obter a maioria absoluta nas legislativas de 2019. ” Acho que António Costa não perdoou ao país, não perdoou aos eleitores. A partir daí, procurou sempre reconstituir as condições de um drama político como este que agora ocorreu”, afirmou o também conselheiro de Estado, em entrevista à TSF.
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