Dívida pública ajuda BCE a lucrar 1,2 mil milhões
Os lucros do BCE cresceram em 111 milhões de euros no ano passado, apoiados no rendimento dos títulos de dívida pública em carteira.
O ano passado foi marcado por um novo reforço dos lucros do Banco Central Europeu, com este crescimento a ser suportado pelo programa de compra de ativos. Na manhã desta quinta-feira, a entidade liderada por Mario Draghi anunciou que, em 2016, os seus lucros ascenderam a 1,19 mil milhões de euros, 10% acima do resultado alcançado no ano anterior. Um resultado que será repartido pelos bancos centrais nacionais e entregue em parte aos governos sobre a forma de dividendos. Ao Banco de Portugal, que tem uma participação de 1,74% no capital do BCE, cabe uma fatia de perto de 21 milhões de euros desse bolo.
“Em 2016, o resultado líquido do BCE aumentou 111 milhões de euros, situando-se em 1.193 milhões de euros, devido principalmente ao rendimento líquido mais elevado da carteira de títulos adquiridos ao abrigo do programa de compra de ativos e da carteira de ativos denominados em dólares dos Estados Unidos“, explica o BCE em comunicado. De acordo com a entidade liderada por Mario Draghi, o rendimento líquido decorrente dos títulos adquiridos ao abrigo do programa de compra de ativos aumentou 275 milhões de euros, para 435 milhões de euros, “devido à continuação da aquisição de títulos no âmbito deste programa”, especifica o BCE.
Já o rendimento líquido de títulos adquiridos ao abrigo dos dois primeiros programas de compra de obrigações com ativos subjacentes e do programa dos mercados de títulos de dívida diminuiu, respetivamente, para 88 milhões (120 milhões, em 2015) e 520 milhões (609 milhões, em 2015), devido a reembolsos.
Na mesma nota, o BCE explica ainda que “decidiu efetuar uma distribuição intercalar de proveitos, no montante de 966 milhões de euros, aos BCN [Bancos Centrais Nacionais] da área do euro em 31 de janeiro de 2017. Na reunião de ontem, o Conselho do BCE decidiu distribuir, em 17 de fevereiro de 2017, o remanescente dos lucros, no montante de 227 milhões de euros, aos BCN da área do euro.
Já no ano passado o crescimento do resultado do BCE também tinha sido suportado pelos rendimentos resultantes do pagamento de juros ao abrigo do programa de compra de ativos, que tem sido alvo de muita contestação por parte da Alemanha. Para já está previsto que o programa dure até pelo menos dezembro deste ano, data para a qual foi estendido na reunião de dezembro do BCE.
Ainda há poucos dias, o ministro das Finanças alemão, Wolfgang Schäuble, afirmou numa entrevista ao Tagesspiegel que a culpa da perda de força do euro cabia a Mario Draghi, que tem conduzido a política monetária de uma forma que não serve os interesses da maior economia da Europa.
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