Portugal, Espanha e França comprometem-se a melhorar interconexões energéticas
Madrid, Paris e Lisboa “renovaram o compromisso de levar a cabo os projetos de interligação elétrica, em especial o do Golfo da Biscaia.
Portugal, Espanha e França reafirmaram esta sexta-feira o compromisso de trabalharem em conjunto para melhorar as suas interconexões energéticas, nomeadamente elétricas, num momento em que a Europa enfrenta uma crise neste setor, potenciada pela subida dos preços.
A secretária de Estado dos Assuntos Europeus, Ana Paula Zacarias, recebeu em Lisboa os seus homólogos de Espanha, Juan González-Barba Pera, e de França, Clément Beaune, para um encontro dominado por temas como a agenda social, as regiões ultraperiféricas da União Europeia (UE) e a energia, incluindo a questão dos preços e as interligações com o clima.
No final, numa declaração conjunta, referiram que “o papel das interconexões energéticas foi colocado em evidência pela escalada global dos preços da energia”, e por isso Madrid, Paris e Lisboa “renovaram o compromisso de levar a cabo os projetos de interligação elétrica, em especial o do Golfo da Biscaia, que permitirá duplicar as capacidades de interligação entre a França e a Península Ibérica”.
“A realização de um mercado da energia mais eficiente é essencial para o êxito da transição ecológica e para a recuperação económica pós-pandemia da covid-19”, sustentam, reafirmando “a necessidade de se alcançar um mercado interno da energia”.
Ana Paula Zacarias salientou que, além de todos os assuntos europeus, entre os elementos que unem os três países estão também as regiões ultraperiféricas, para as quais a questão do transporte e dos preços das energias é também muito importante.
A secretária de Estado portuguesa sublinhou, por outro lado, que estas regiões são “entidades que podem trazer elementos muito interessantes para a construção europeia e o alargar da influência europeia no mundo”.
Espanha, França e Portugal salientaram, na declaração conjunta, “a importância que atribuem à parceria reforçada entre a Comissão, os Estados-membros e as regiões ultraperiféricas” e, neste contexto, a secretária de Estado portuguesa e o seu homólogo francês expressaram “total solidariedade com a ilha de La Palma”, que há semanas enfrenta a destruição causada pelo vulcão Cumbre Vieja.
Um gesto que o secretário de Estado para a UE de Espanha, Juan González-Barba Pera, agradeceu, aproveitando a ocasião para realçar que há uma série de áreas em que os três países têm especial interesse comum.
Entre estes mencionou a importância do Mediterrâneo, de África e do pilar social.
Na declaração conjunta, os governantes asseguraram que as futuras presidências francesa e espanhola do Conselho da UE prosseguirão e aprofundarão os trabalhos sobre a Europa social em domínios como condições de trabalho e proteção social, políticas para os jovens e as crianças e a igualdade de género.
França assume em janeiro a presidência rotativa semestral do Conselho da UE e nesta reunião o secretario de Estado francês prometeu que as eleições presidenciais, marcadas para abril de 2022, não vão “colocar em suspenso” os trabalhos da agenda europeia.
“Insisti nas prioridades em que queremos conseguir avanços” em que estão “o clima e a agenda social – dinamizada (pela presidência portuguesa na UE) na cimeira do Porto e na qual queremos fazer avançar em particular a diretiva sobre o salário mínimo”, salientou o secretário de Estado dos Assuntos Europeus de França, Clément Beaune.
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