Rio afasta “gritos” da campanha eleitoral e “boys” da Função Pública
O líder do PSD considera que o partido está num nível de preparação “muito razoável” para as eleições de janeiro e defende a aposta numa mensagem de “mais rigor e menos facilitismo”.
O presidente do PSD e recandidato ao cargo referiu este sábado em Coimbra que “andar aos gritos a dizer mal dos outros” não será uma receita para se ser um bom primeiro-ministro e prometeu que não vai “nomear boys ou girls” para a administração pública.
“Não vou porque acho que está errado, não vou porque depois sobra para mim. Se nomeio um incompetente, depois sobra para mim”, afirmou Rui Rio, que discursava na sessão de encerramento da Convenção “Que Saúde para Portugal”, organizada pelo Conselho Estratégico Nacional (CEN) do PSD para a Saúde.
O líder laranja referiu que a Comissão de Recrutamento e Seleção para a Administração Pública (CRESAP) poderia ser “uma espécie de headhunter limitado, apenas na administração pública”, para encontrar um candidato com o perfil desejado por determinado governante. E realçou que não irá telefonar para “uma distrital não sei de onde para saber quem é que deve ser o administrador do hospital”.
Andar aqui aos gritos a dizer mal dos outros não me parece que seja receita para se ser um bom primeiro-ministro
Na mesma intervenção, Rio considerou que “andar aos gritos a dizer mal dos outros” não lhe parece a “receita para se ser um bom primeiro-ministro”. “Dizer muito bem mal dos outros não me parece que é isso que é necessário”, acrescentou, nesta sessão organizada pelo partido e que decorreu em Coimbra.
Rui Rio considerou ainda que o partido está num nível de preparação “muito razoável” para as legislativas de janeiro, realçando que é também “importante a forma como se faz a campanha”, apontando para as eleições de há dois anos, em que apostou numa série de conferências de imprensa temáticas.
“Uma coisa é fazer um comício aos gritos e outra coisa é fazer as sessões temáticas como fiz, em que as pessoas perguntam e sai na televisão na mesma. Ouvem na mesma, mas ouvem uma coisa mais civilizada”, frisou.
“Mais rigor e menos facilitismo”
Para as legislativas de 2022, o atual líder do PSD defendeu que é preciso apostar numa mensagem de “mais rigor e menos facilitismo”, considerando que “a sociedade não vai a lado nenhum se não se substituir o facilitismo pelo rigor”. Essa mensagem, vincou, deverá servir de “pano de fundo para as decisões que se vão tomando em todas as áreas”.
No discurso, Rui Rio voltou a defender mais e melhores empregos, considerando que o modelo económico seguido nos últimos anos está “a nivelar por baixo os salários”. “Tem posto o salário mínimo nacional encostado ao salário. Se continuarmos assim, qualquer dia o salário mínimo é maior do que o médio”, ironizou.
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