Google lança News Showcase em Portugal e o ECO é parceiro

O Google News Showcase chega ao mercado português esta terça-feira, com mais de 20 meios parceiros, incluindo o ECO. Multinacional começa a pagar por conteúdos também em Portugal.

A Google lançou o News Showcase em Portugal, uma evolução da plataforma de notícias que oferece aos meios de comunicação social algum controlo sobre a distribuição dos seus conteúdos. O serviço arranca com a participação de mais de duas dezenas de meios portugueses, onde também se insere o ECO.

Através do News Showcase, os meios parceiros ganham novas ferramentas para mostrar os seus conteúdos aos leitores. Desde logo, o serviço assenta na publicação de painéis de conteúdos, com a curadoria dos próprios jornalistas, que passarão a ser exibidos aos utilizadores do Google News e do Google Discover no país.

Além disso, os utilizadores com conta Google passam a ter acesso livre a um número limitado de artigos pagos por mês, incluindo do ECO Premium. Em contrapartida, os acordos estabelecidos pela Google com os diversos meios pressupõem o pagamento de uma contrapartida financeira para apoiar o jornalismo que estes desenvolvem.

“É com entusiasmo que o ECO se associa ao lançamento em Portugal do Google News Showcase. É um projeto que se distingue por acrescentar visibilidade aos nossos conteúdos editoriais, servindo assim os interesses e a conveniência daqueles que são os nossos stakeholders principais: os leitores”, explica Paulo Padrão, diretor geral da Swipe News, a empresa que publica este jornal digital. “Cooperação e sentido equilibrado de parceria são os dois vetores que enformam este projeto Google, uma lógica em que nos revemos e que faz parte do ADN da marca ECO”, acrescentou o responsável.

Exemplares de painéis do ECO que vão surgir no Google News e Google Discover

O Showcase, que em Portugal também adota o nome de “Destaques Jornalísticos no Google”, foi lançado pela multinacional em outubro de 2020, numa altura em que aumentava a pressão sobre a empresa para que começasse a pagar por conteúdos aos jornais. Neste plano, é notável o braço de ferro entre a Google, o Facebook e as autoridades australianas no início do ano, face a uma proposta de lei que iria obrigar estas empresas a negociarem acordos de pagamento com os jornais.

A medida mereceu a forte oposição da Google e do Facebook, culminando com a decisão histórica da rede social de apagar todo o conteúdo jornalístico da plataforma, recuando dias depois. Pelo contrário, a Google acabou por ceder e anunciou em 21 de janeiro um acordo de pagamento por conteúdos de 21 publicações do grupo Seven West Media, através do serviço News Showcase. Quatro dias depois, a polémica proposta de lei passou no parlamento australiano.

Ao longo do ano, além da Austrália, a Google tem assinado acordos com meios de comunicação social em vários mercados. Na Europa, o Showcase já foi lançado na Alemanha, Áustria, Reino Unido, República Checa, Itália e Irlanda. O serviço conta com “mais de 1.000” meios em todo o mundo, de acordo com a Google.

Há quase uma década que a Google é alvo de críticas dos publishers por exibir partes das suas notícias nos resultados das pesquisas, os chamados snippets, gerando receitas com a publicidade que neles apresenta. Em 2014, uma lei que visava obrigar a Google a pagar por conteúdos aos jornais em Espanha levou a empresa a desligar o serviço Google News naquele país.

A decisão só foi revertida sete anos depois. No início deste mês, a Google anunciou o relançamento do serviço no país vizinho, no contexto da transposição de uma diretiva europeia que visa modernizar e uniformizar os direitos de autor na União Europeia. Em Portugal, o processo de transposição da diretiva ainda está em curso no Parlamento, já com atraso face ao que é imposto pelas regras comunitárias.

Em maio, no congresso anual da Associação Portuguesa para o Desenvolvimento das Comunicações (APDC), responsáveis da Impresa, Media Capital e RTP pressionaram Bernardo Coreia, líder da Google em Portugal, a partilhar receitas com os meios. Na altura, o responsável ripostou, afirmando que “não existe” nenhuma obrigatoriedade de os meios estarem no Google. “Qualquer publisher pode sair. Basta pôr no site uma coisinha muito simples chamada ‘no follow’, que nós lemos”, respondeu.

O diretor da Google disse ainda que são os meios que beneficiam com a presença no Google, e não o contrário: “Não usamos conteúdo. Pomos links e fazemo-lo em massa. O valor desse tráfego é enorme para os media”, defendeu, garantindo que “não existe aquele pote de ouro no final do arco-íris que muitas vezes a indústria acha que existe”.

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