Indicador de confiança dos consumidores afunda com chegada do outono
O recuo resulta do contributo “significativamente negativo das expectativas sobre a evolução futura da situação económica do país", aponta o INE. Empresas e clientes "alinhados" na subida dos preços.
O indicador de confiança dos consumidores diminuiu em outubro e novembro – e “de forma significativa no último mês”, assinala o Instituto Nacional de Estatística (INE), isto depois de ter aumentado nos dois meses anteriores, que coincidiram com o final do verão.
Num destaque divulgado esta segunda-feira, o INE explica que a evolução do último mês resultou sobretudo do contributo “significativamente negativo das expectativas sobre a evolução futura da situação económica do país e, em menor grau, das perspetivas relativas à evolução futura da situação financeira do agregado familiar”.
“As opiniões sobre a evolução passada da situação financeira do agregado familiar, assim como as expectativas relativas à evolução futura da realização de compras importantes, também contribuíram negativamente para a evolução do indicador, ainda que de forma ténue”, acrescenta a mesma nota.
Já o indicador de clima económico, que sintetiza os saldos de respostas extremas das questões relativas aos inquéritos às empresas, que tendo vindo a apresentar um comportamento irregular desde julho, acabou por diminuir neste mês que está a terminar.
Os indicadores de confiança baixaram nos setores da construção e obras públicas – por causa das apreciações sobre a carteira de encomendas e perspetivas de emprego – e também do comércio, devido ao volume de vendas e às perspetivas de atividade da empresa nos próximos três meses.
Por outro lado, este indicador subiu nos serviços e igualmente na indústria transformadora, em que este aumento registado em novembro é justificado pelas “expectativas de produção e das apreciações relativas aos stocks de produtos acabados”, ainda que a opinião sobre a evolução da procura global tenha pressionado em sentido contrário.
Empresas e clientes “alinham” na subida dos preços
A evolução dos preços, que tem estado na agenda nos últimos meses devido sobretudo à subida dos preços da energia e das matérias-primas, é outro dos elementos em evidência nesta publicação do INE. A começar pelo saldo das perspetivas dos consumidores relativamente a esta subida dos preços, que atinge agora o valor máximo dos últimos dez anos.
A perspetiva dos empresários sobre a evolução futura dos preços de venda é semelhante. Bate o recorde nas séries relativas ao comércio e à construção e obras públicas, na indústria transformadora situa-se no valor mais elevado desde novembro de 1990 e nos serviços aproxima-se também do máximo da série, registado em novembro de 2005.
Sentimento económico também baixa na Europa
Segundo dados publicados esta segunda-feira pela Direção-geral dos Assuntos Económicos e Financeiros da Comissão Europeia, o indicador do sentimento económico também diminuiu (-1,1 pontos) em novembro, face a outubro, tanto na Zona Euro como na União Europeia.
Entre as maiores economias do espaço comunitário, indicam os dados citados pela Lusa, o sentimento económico melhorou em França (3 pontos), em Itália (0,9) e na Polónia (0,5) e piorou em Espanha (-2,6), nos Países Baixos (-2,1) e na Alemanha (-1,7).
Já o indicador das expectativas de emprego subiu para 115,6 pontos em ambas as regiões de análise (1,7 e 1,4 pontos na zona euro e na UE), atingindo o seu nível mais elevado desde janeiro de 2018.
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