Mais de um terço dos europeus não poupa para idade da reforma
A lacuna de poupança para a reforma abrange cerca de 40% dos cidadãos europeus com idades entre 18 e os 70 anos. Junto com conclusões de inquérito em 16 países, a Insurance Europe lança recomendações.
Um inquérito realizado junto de mais 16 700 pessoas mostra que 38% dos cidadãos de 16 países europeus não realiza poupança para a idade da reforma. A diferença entre o número dos que efetivamente poupam para essa fase da vida e os que não o fazem alterou-se ligeiramente face ao primeiro inquérito, realizado em 2019 pela Insurance Europe (IE), o qual indicava – com base em amostra mais pequena – que o contingente dos que não poupavam correspondia a 42%.
O Pension Priorities in Europe, novo relatório da federação europeia de associações de seguros (IE) que sumariza resultados do inquérito realizado entre julho e agosto de 2021 apresenta algumas conclusões:
- Do universo inquirido, 38% assume que não poupa. Destes, 30% afirma que não tem rendimento suficiente;
- 55% dos que não poupam diz tem planos para o fazer ou precisa de mais informação;
- Mulheres (44% vs 34% homens) e cidadãos com idades 18-35 anos (40%) estão em maioria entre os que não poupam;
- Um quinto dos respondentes assume que a Covid-19 teve impacto negativo na poupança para reforma;
- Entre os que poupam, a segurança do aforro/investimento é de longe a prioridade principal (para 49% dos inquiridos), mais do que o desempenho financeiro associado à poupança.
- Os que poupam para a reforma 72% continuam a preferir receber informação em formato digital ao invés de papel, preferido pelos restantes 28%
Entre outros aspetos, o relatório da federação europeia de associações de seguros adianta ainda que para a generalidade das áreas abrangidas pelo inquérito, existem diferenças significativas entre países. Por outro lado, o documento conclui também que as respostas dos inquiridos são influenciadas por circunstâncias pessoais, como idade, género, estado civil, escolaridade e emprego.
Além da questão da segurança, principal prioridade para 49% dos inquiridos (percentagem que sobe aos 83% quando se fala especificamente de poupança para a reforma em seguros), 32% apontam a robustez da instituição fornecedora do plano de poupança/pensões é segunda maior preocupação dos inquiridos, seguida da flexibilidade de (poder aumentar ou diminuir, suspender ou retomar) contribuições, ideia defendida por 24% dos respondentes, o regime fiscal aplicado à poupança para a reforma é importante para 23% do universo do inquérito.
Menos importantes na escala de prioridades dos participantes do inquérito surgem tópicos como sustentabilidade (10% das respostas), desempenho financeiro do investimento (14%) e portabilidade (possibilidade de transferir as poupanças de um para outro país europeu) apontada por 9% das respostas.
Quanto à informação que lhes é fornecida antes e depois de decidirem aderir a um plano de reforma, os cidadãos preferem ser informados sobre custos (57% antes de assinarem um contrato e 43% mantêm a exigência quando o contrato entra em vigor). Depois dos custos e das garantias, e a completar as cinco prioridades em termos de requisitos de informação, os inquiridos exigem informação sobre coberturas de seguro, desempenho (rentabilidades) e riscos.
No fecho do resumo estatístico, a Insurance Europe lança desafios e recomendações (aos governos e reguladores) sobre necessidade de aumentar consciencialização das pessoas para necessidade de poupar; promoção de literacia financeira; necessidade de políticas de pensões de reforma consumer centric; prevenir que a regulamentação, em particular o regime Solvência II, não impeça as seguradoras de darem a sua contribuição para resolver a lacuna de poupança para reforma.
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