BRANDS' TRABALHO A caixa de Pandora, a curiosidade e os HR Analytics

  • PESSOAS + EY
  • 6 Dezembro 2021

De que forma é que abrir a “caixa” e explorar o potencial dos HR Analytics pode ser relevante para potenciar as organizações? Sandy Antunes Manager EY, People Advisory Services, responde à questão.

Os mitos podem ser fontes inesgotáveis de aprendizagem e inspiração. E, para mim, os que mais me marcam, assumem finas camadas de significados sobrepostos de forma muito elegante que, a cada nova leitura, me levam a descobrir uma nova possibilidade de interpretação.

É aqui que o mito da caixa de Pandora me parece uma boa metáfora para a relevância e forma de utilização dos HR Analytics pelas organizações.

Primeiro, há que clarificar que Pandora e a sua famosa caixa representam a curiosidade e, de seguida, apresentar em que medida podemos associar o seu significado aos HR Analytics.

De acordo com a mitologia grega, Pandora foi a primeira mulher criada, a viver com os homens na Terra. Ela recebeu muitos presentes dos poderosos deuses gregos, sendo um desses presentes a curiosidade. Zeus, o rei dos deuses gregos, sabendo da curiosidade de Pandora, entregou-lhe uma caixa com a recomendação de que a mesma não deveria ser aberta. Pandora não conseguiu resistir à curiosidade e, abrindo a caixa, libertou todos os males que a caixa continha: a guerra, a discórdia, o ódio, a inveja, as doenças do corpo e da alma. Arrependida, tornou a fechá-la, mas já só havia a esperança na caixa.

Este mito é, claramente, carregado de significado. Se por um lado, sugere que, apesar de todos os males e todas as angústias, podemos apegar-nos à esperança; por outro lado, também nos mostra como a curiosidade, que nos incentiva a aprender e a explorar, também pode nos trazer aspetos menos positivos.

Assumindo que faz parte da curiosidade humana querer saber como e porque é que as coisas acontecem no mundo, então de que forma é que abrir a “caixa” e explorar o potencial dos HR Analytics pode ser relevante para potenciar as organizações?

Sabemos hoje que as transformações só se fazem através das pessoas e que, por essa razão, os recursos humanos (RH) assumem uma nova centralidade nas organizações do futuro. E, mais do que nunca, se espera que tenham um papel de destaque a liderar os desafios da transformação e a antecipar o futuro das organizações contribuindo para a realidade das Data Driven Organizations.

"Há que colocar esta curiosidade em prática e abrir a “caixa” dos HR Analytics que representam um método de identificação e quantificação sistemática de dados, orientado para solucionar e evitar problemas relacionados com as pessoas na organização.”

Sandy Antunes

Manager EY, People Advisory Services

É aqui que entra a curiosidade, que implica o querer saber mais, cruzar dimensões de análise, complementar e/ou corroborar perceções e intuições com informação clara e objetiva, que permita gerar insights relevantes e, assim, encontrar pistas para potenciais respostas aos desafios.

Esta curiosidade é hoje basilar. Há que colocar esta curiosidade em prática e abrir a “caixa” dos HR Analytics que representam um método de identificação e quantificação sistemática de dados, orientado para solucionar e evitar problemas relacionados com as pessoas na organização.

Na realidade, durante muito tempo, as equipas de RH tinham acesso a dados importantes que nem sempre eram utilizados, tratados ou analisados e hoje percebemos o potencial de um conjunto de informação tão poderosa quanto assustadora, permitindo cruzar os dados de tal forma que é possível identificar padrões de comportamento, tendências que indicam ou justificam determinada situação, tal e qual a caixa de Pandora.

"Serão certamente reveladas fragilidades, temas sensíveis e desafiantes. Não obstante, teremos sempre a esperança na forma de encontrar soluções para os desafios, desde que saibamos fazer as perguntas certas e ter o drive da curiosidade para encontrar soluções que façam as pessoas das organizações serem mais e melhor.”

Sandy Antunes

Manager EY, People Advisory Services

Há que medir para conhecer e conhecer para tomar boas decisões ao nível da gestão de pessoas.

Assim, tal como na caixa de Pandora, nem tudo o que daí sair será positivo. Serão certamente reveladas fragilidades, temas sensíveis e desafiantes. Não obstante, teremos sempre a esperança na forma de encontrar soluções para os desafios, desde que saibamos fazer as perguntas certas e ter o drive da curiosidade para encontrar soluções que façam as pessoas das organizações serem mais e melhor.

Por fim, destacaria que importa fazermos o melhor uso possível desta “caixa de pandora” que são os HR Analytics e que é importante não termos qualquer receio de a abrir. Afinal, é lá que reside a esperança!

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