Bilionários italianos reforçam posições na Generali
Pacto parassocial liderado pelos multimilionários italianos Leonardo Del Vecchio e Francesco Caltagirone desafia a posição do Mediobanca, maior acionista da Generali SpA.
Os principais subscritores de um acordo parassocial, sinalizado como “pacto” entre acionistas que pretendem ter mais poder nos destinos da Generali SpA, reforçaram a respetiva posição no capital social da companhia italiana que este ano celebra 190 anos.
De acordo com informação relevante divulgada pela Assicurazioni Generali SpA, atualizando comunicação anterior de setembro, relativa ao surgimento do pacto, este mantém-se constituído por 15 partes interessadas, acionistas entre acionistas da Generali, identificados no documento (extrato) publicado pela Generali SpA.
O acordo parassocial continua liderado pelos multimilionários Leonardo del Vecchio (através da Delfin S.a.r.l., entidade que controla a Luxottica) e Francesco Gaetano Caltagirone (acionista da Generali através de mais de uma sociedade) e pela Fondazione Cassa di Risparmio di Torino (Fondazione CRT), partes destacadas entre as que aderiram ao pacto.
As Partes aumentaram as suas participações na Assicurazioni Generali e comunicaram ao CONSOB (organismo regulador do mercado de capitais) que, desde 2 de dezembro, em resultado “do aumento das suas respetivas participações na Assicurazioni Generali, o número total de ações que contribuem para o Acordo excedeu o limiar de 15% do capital social com direito a voto.” Deste pacote, a Società Gruppo Caltagirone controla 7,56% da emitente Assicurazioni Generali SpA, a Delfin 6,14% e a Fondazione CRT cerca de 1,5%, somando 15,17%, face aos cerca de 12% que representavam antes de setembro.
Nos termos do pacto, recorda a informação atualizada dirigida ao mercado, as partes reiteram que se consultarão mutuamente no sentido de uma melhor ponderação dos respetivos interesses autónomos tendo em vista uma “gestão mais rentável e eficaz da Assicurazioni Generali”, com base na modernização tecnológica da sua atividade principal, posicionamento estratégico e o seu crescimento.
Segundo adiantado na imprensa financeira, Caltagirone e del Vecchio, com o apoio da Fondazione CRT, acreditam que a Generali, sob a influência do Mediobanca (e a liderança de Phillipe Donnet, CEO reconduzido em setembro) mostra estratégia de aquisições pouco ambiciosa e também não está a conseguir fazer frente aos seus principais concorrentes na Europa (Allianz e Axa).
O acionista individual mais decisivo nas assembleias-gerais da companhia italiana é o Mediobanca que, em setembro, elevou a sua participação de 13% para 17%.
Eventual reforço da presença do grupo na Índia
Dado o potencial do mercado indiano e à oportunidade, a Generali está em discussões com o Future Group para reforçar a sua participação em duas joint ventures locais com esta empresa, uma com atividade em seguros de Vida e outra em não-Vida, disseram fontes da Reuters. O grupo de Trieste detém atualmente 49% nas duas empresas, enquanto a Future controla 51% (individualmente no negócio de não-Vida e em parceria com outro operador na empresa do ramo Vida).
O cenário de um reforço da posição da Generali estará condicionado a um limite máximo estabelecido para operadores estrangeiros no setor dos seguros indiano, o qual está fixado em 74% de capital nas empresas locais.
Com necessidade de obter recursos para sanar outras responsabilidades, o objetivo do Future Group é vender a totalidade das participações nas duas empresas (o que implicaria que a Generali fosse acompanhada por outros parceiros). A operação é estimada em 30 mil milhões de rupias indianas (aproximadamente 400 milhões de dólares).
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