Há cinco vacinas aprovadas pelo regulador europeu. O que diferencia a vacina da Novavax?

Depois de vários meses sob análise, a vacina contra a Covid da Novavax foi aprovada pelo regulador europeu. Utiliza uma tecnologia diferente das vacinas de mRNA, mas prevê também a toma de 2 doses.

Depois da Pfizer/BioNTech, da Moderna, da AstraZeneca e da Janssen há mais uma vacina contra a Covid aprovada pela Agência Europeia do Medicamento. Chama-se Nuvaxovid, é desenvolvida pela farmacêutica norte-americana Novavax e é também de duas doses. Mas, afinal, como funciona esta vacina e o que a diferencia das restantes?

A vacina Nuvaxovid ou também conhecida como NVX-CoV2373 é desenvolvida pela farmacêutica norte-americana Novavax, que submeteu o pedido de autorização condicional à Agência Europeia de Medicamentos (EMA, na sigla em inglês) em fevereiro deste ano. Cerca de dez meses depois e “após uma avaliação exaustiva”, esta segunda-feira o regulador europeu concluiu “com consenso” que os dados relativos à vacina “são robustos e cumprem os critérios da União Europeia para eficácia, segurança e qualidade”. Trata-se, portanto, da quinta vacina contra a Covid a receber “luz verde” por parte do regulador europeu e depois de na semana passada a Organização Mundial da Saúde (OMS) ter autorizado o pedido de uso de emergência.

A Nuvaxovid é baseada numa versão da proteína spike do SARS-CoV-2 criada em laboratório à qual se juntou um adjuvante. É assim diferente das vacinas de mRNA da Pfizer e Moderna, por exemplo, ainda que o método de administração seja semelhante, dado que prevê também a administração de duas tomas com um intervalo de três semanas por dose.

Para aprovar esta vacina, o regulador europeu baseou-se em dois ensaios clínicos que envolveram mais de 45 mil pessoas, entre o México, Estados Unidos e Reino Unido. No primeiro estudo, realizado no México e Estados Unidos, verificou-se uma redução de 90,4% no número de casos sintomáticos de Covid-19, sete dias após a segunda dose da vacina. Já no estudo conduzido no Reino Unido, a eficácia foi de 89,7% no número de infeções sintomáticas por Covid-19.

Assim, os dados indicam que a vacina desenvolvida pela Novavax tem uma eficácia de 90% contra a Covid. Contudo, importa sublinhar, que, na altura em que decorreram estes ensaios clínicos as variantes mais comuns em circulação eram a Alpha e a Beta, bem como a estirpe original do SARS-CoV-2. Assim, o regulador europeu admite que atualmente “existem dados limitados” sobre a eficácia da vacina da Novavax “contra outras variantes preocupantes, incluindo a Ómicron”.

À semelhança de outras vacinas, em agosto deste ano a Comissão Europeia tinha fechado um acordo com a Novavax para a aquisição de “até 100 milhões de doses da vacina Novavax, com opção de 100 milhões de doses adicionais ao longo de 2021, 2022 e 2023. Recorde-se que em dezembro do ano passado a farmacêutica norte-americana já tinha chegado a um acordo preliminar com o bloco comunitário, mas o acordo final foi adiado por meses dado que a empresa enfrentava problemas de produção.

Ainda não há uma data concreta sobre quando é que as primeiras vacinas da Novavax começam a ser distribuídas pelos Estados-membros, contudo, fonte oficial de Bruxelas indica, em comunicado, que “as primeiras doses deverão chegar nos primeiros meses de 2022”, nomeadamente durante o primeiro trimestre.

Além das cinco vacinas já aprovadas pelo regulador europeu – Pfizer/BioNTech, Moderna, AstraZeneca, Janssen e Novavax – há outras quatro ainda sob processo de revisão contínua. São elas: a vacina russa Sputnik V, a vacina chinesa Sinovac e as vacinas das farmacêutica francesas Valneva e Sanofi.

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