Novos preços da ADSE vão entrar em vigor. Revisão pode trazer descida para beneficiários, diz Proença

Depois de ter pronta a nova tabela para o regime convencionado, a ADSE acabou por avançar com uma revisão em alta de alguns preços, que entram em vigor no novo ano.

A ADSE decidiu rever alguns preços da nova tabela do regime convencionado, mudanças que vão entrar em vigor a 1 de janeiro de 2022. Certos atos ficam mais caros, mas o presidente do Conselho Geral e de Supervisão da ADSE sublinha que podem traduzir-se numa descida para os beneficiários, que têm assim escolha no regime convencionado, mais em conta do que no livre.

As alterações feitas pelo subsistema de saúde, que “determinam uma revisão em alta dos preços dos atos comparticipados, incidem sobretudo nas tabelas de cirurgia e medicina, onde estão incluídos alguns meios de diagnóstico e terapêutica, atos de ginecologia, obstetrícia (partos), urologia, anatomia patológica e certas situações de exames radiológicos e enfermagem”, segundo uma nota publicada no site da ADSE.

O presidente do Conselho Geral e de Supervisão da ADSE, João Proença, admite que existe uma subida nos preços, mas salienta ao ECO que acaba por ser também uma descida, “porque passam a pagar um pouco mais para ter maior acesso a comparticipado”. “Há aumento da comparticipação quando o preço aumenta, mas é para ter muito maior acesso a cuidados”, sinaliza, já que no regime livre estes são “muito mais caros”: por vezes dez vezes mais.

A revisão de preços abrange cerca de cem atos médicos num universo de milhares de atos médicos cobertos pelo regime convencionado da ADSE, sendo que os partos deverão ficar até 35% mais caros para os utentes. Os preços dos partos comparticipados pela ADSE, previstos na nova tabela, terão um impacto financeiro de 600 mil euros.

No caso específico dos partos, João Proença sublinha que “havia ameaças dos grandes grupos de não fazerem mais partos, cesariana”, pelo que agora “são mais caros mas a alternativa era regime livre”, o que se queria evitar porque sai sempre menos em conta. “Comparando com o ponto de partida diminui daí conflito com o convencionado”, explica.

O responsável acrescenta também que a ADSE “introduziu novos métodos de controlo”, sendo que o “preço total diminui para o beneficiário face a 1 de setembro”.

A CUF reagiu à revisão sinalizando que iria manter a convenção nos partos, e a Lusíadas Saúde também se seguiu, assegurando que continua a ter a convenção com a ADSE para realização de partos, serviços de enfermagem e internamento em cuidados intensivos.

Já questionado sobre se a revisão em alta dos preços poderá afetar a procura, João Proença sublinha que “se os beneficiários tiverem maior acesso ao convencionado poderá haver, mas está relacionada com a necessidade das pessoas”. “As pessoas não vão ao médico por ser mais barato ou mais caro, é porque têm necessidade”, acrescenta.

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