Português ISQ integra task force europeia para a cibersegurança na indústria
O grupo liderado por Pedro Matias vai desenvolver a matriz de risco para as empresas do setor da manufatura. Maioria das PME que são alvo de ataques cibernéticos arriscam perder o negócio em meio ano.
O grupo ISQ (Instituto de Soldadura e Qualidade) vai integrar o projeto europeu Erasmus+ Encrypt 4.0, apresentado como uma iniciativa conjunta para a criação de uma task force para a cibersegurança na indústria europeia.
O grupo especializado em serviços de engenharia, inspeção, ensaios, testes e capacitação, que tem sete escritórios em Portugal – Oeiras, Gaia, Castelo Branco, Loulé, Monção Viseu e Sines – vai liderar o desenvolvimento da matriz de risco de cibersegurança para empresas no setor da manufatura, no âmbito da indústria 4.0.
“Esta matriz permitirá uma visão geral sistemática do cenário de risco de cibersegurança e a criação de perfis de risco precisos, em tempo real, de forma a possibilitar a adoção de medidas preventivas e a estabelecer medidas corretivas em fábricas inteligentes”, resumiu o presidente, Pedro Matias.
Citado numa nota de imprensa divulgada esta quarta-feira, o gestor completa que esta entidade, presente em 14 países, vai ainda desenvolver laboratórios de capacitação online em cibersegurança, assim como uma ferramenta de acervo documental com casos reais de ciberataques, que será “alimentada e comentada em regime aberto”.
A capacidade de defesa das PME é geralmente mais fraca em comparação com as grandes empresas. Apenas 14% das que são afetadas recuperam sem assistência externa.
Classificados como um dos cinco maiores riscos globais pelo Fórum Económico Mundial, os ciberataques afetam cada vez mais também a área da indústria. Estimam ainda que seis em cada dez PME industriais que sofrem um ataque cibernético perdem os negócios em seis meses, com a digitalização a acrescentar vulnerabilidade por via da conectividade dos sistemas de informação e operacionais.
Pedro Matias, que chefiou o gabinete do ex-secretário de Estado da Indústria, João Vasconcelos, antes de ser escolhido para liderar o ISQ em março de 2017, sublinha que “a capacidade de defesa das PME é geralmente mais fraca em comparação com as grandes empresas e os números sugerem que apenas 14% das que são afetadas recuperam sem assistência externa”.
A matriz permitirá às empresas também realizar rapidamente relatórios diários que mostrarão os níveis reais de risco para os processos num determinado momento.
“A matriz permitirá às empresas (…) também realizar rapidamente relatórios diários que mostrarão os níveis reais de risco para os processos num determinado momento. Isto é da máxima importância no ambiente de manufatura, uma vez que mantém a produção em funcionamento. Caso contrário, representaria um impacto irreparável com enormes prejuízos financeiros”, valoriza a gestora do projeto, Andreia Morgado.
Rui Duro, country manager da Check Point Software em Portugal, disse à Lusa que “uma organização em Portugal está a ser atacada, em média, 947 vezes por semana. O ramsomware [sequestro de informação / arquivo] é “uma das principais ameaças”, com o gestor a antecipar que este tipo de ataques “vai continuar a alastrar-se pelas empresas em Portugal e no mundo”.
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