Construir casa é 8,5% mais caro do que há um ano
Crise das matérias-primas e escassez de mão-de-obra continuam a encarecer a construção de habitações novas. Subida nos preços é a maior desde o verão de 2008.
Construir casa é cada vez mais caro, sobretudo por causa da crise das matérias-primas e da escassez mão-de-obra. Em novembro, de acordo com os dados do Instituto Nacional de Estatística (INE), os custos da construção nova dispararam 8,5%, naquele que foi o maior aumento desde agosto de 2008, tal como em outubro. Face ao ano passado, o preço dos materiais e o custo da mão-de-obra encareceram 9,4% e 7,3%, respetivamente.
Em novembro, a variação homóloga estimada do Índice de Custos de Construção de Habitação Nova (ICCHN) foi 8,5%, a maior subida em mais de 13 anos. Nesse mesmo mês, o preço dos materiais disparou 9,4% (acima da subida de 8,9% em outubro) e o custo da mão-de-obra subiu 7,3% (acima dos 5,2% em outubro) no espaço de um ano.
Há muito que o setor da construção tem vindo a alertar para a escalada dos preços, sobretudo dos materiais, que têm um peso mais significativo no desempenho do índice. De acordo com o INE, neste último ano, os maiores aumentos de preços observaram-se mais do lado dos materiais, sendo conhecida alguma escassez internacional em certos produtos após a disrupção da pandemia.
Os dados mais recentes do Eurostat, referentes a outubro, indicam que a produção na construção aumentou na Zona Euro e União Europeia (UE), mas que Portugal apresentou a terceira maior quebra mensal (-1,2%).
O setor da construção é um dos mais afetados pela escassez de trabalhadores, estimando-se que estejam em falta cerca de 70 mil trabalhadores para dar resposta. Além disso, a indústria tem também sido pressionada pelo aumento dos custos das matérias-primas, dos preços da energia e dos materiais de construção, tendências que se verificam a nível mundial e que só deverão estabilizar ao longo do próximo ano.
(Notícia atualizada às 11h23 com mais informação)
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