Mais de 80% dos adultos da UE estão totalmente vacinados mas Bruxelas pede mais
No total, 307 milhões de europeus estão totalmente inoculados, incluindo crianças. "Sabemos que milhões de cidadãos na Europa não foram vacinados e precisamos de mudar isto", avisa Bruxelas.
Mais de 80% da população adulta da União Europeia (UE) está totalmente vacinada contra a covid-19, anunciou esta segunda-feira a Comissão Europeia, pedindo “solidariedade social” aos que ainda não foram inoculados para combater variantes contagiosas como a Ómicron.
“Ao nível da UE, já vacinámos totalmente mais de 80% da nossa população adulta. Este é um marco muito importante, especialmente no que diz respeito à propagação da variante Ómicron”, declarou a comissária europeia da Saúde, Stella Kyriakides.
Falando em conferência de imprensa na capital sueca, Estocolmo, após uma visita à sede do Centro Europeu de Prevenção e Controlo das Doenças (ECDC), a comissária europeia disse ser “importante que se continue a administrar vacinas de reforço a fim de proteger as pessoas dos efeitos mais graves deste vírus”, já que “a vacinação continua a ser uma ferramenta chave para prevenir contra doenças graves”.
Porém, “sabemos que milhões de cidadãos na Europa não foram vacinados e precisamos de mudar isto para ultrapassar esta pandemia, [pois] o nosso comportamento em matéria de responsabilidade pessoal é importante”, salientou Stella Kyriakides.
Classificando a vacinação como “um ato de solidariedade social”, a responsável europeia pediu “esforços e responsabilidade” para combater a pandemia.
Dados do ECDC sobre a vacinação na UE revelam que 80% da população adulta no espaço comunitário está totalmente vacinada, percentagem que é de 68,7% se forem consideradas todas as faixas etárias.
Em termos absolutos, os dados do ECDC – que têm por base as notificações dos Estados-membros e estão disponíveis no site da agência europeia sobre vacinação – revelam que 292 milhões de adultos na UE estão totalmente vacinados.
Quanto à população total, são 307 milhões os totalmente inoculados (incluindo crianças). No que toca à dose de reforço, 133 milhões de doses adicionais foram já administradas na UE, de acordo com o ECDC.
Também intervindo na conferência de imprensa, a diretora do ECDC, Andrea Ammon, observou que a UE está a registar “uma taxa de notificação de casos elevada e em rápido crescimento”.
Parte dessa rápida propagação do vírus deve-se à variante Ómicron, segundo a responsável, que precisou que esta estirpe já representa 22% das amostras sequenciadas, sendo ainda dominante nalguns países.
“Existem ainda algumas incertezas em torno desta nova variante. Parece que, a um nível individual, causa doenças menos graves, mas devido à sua transmissibilidade mais fácil, alastra-se a uma grande quantidade de pessoas, causando absentismo que afeta muito os trabalhadores essenciais, profissionais de saúde e trabalhadores públicos em geral”, retratou Andrea Ammon.
Na passada sexta-feira, numa resposta escrita enviada à agência Lusa, o ECDC considerou ser “prematuro” classificar a variante Ómicron do SARS-CoV-2 como menos grave, bem como a “última variante de sucesso”, dando ainda como “altamente incerto” que garanta a imunidade coletiva.
Os especialistas desta agência europeia disseram ainda à Lusa não recomendar menos tempo de isolamento para não vacinados anticovid-19, mas admitiram-no para os totalmente inoculados devido à pressão que esse período causa, embora avisando que, quanto mais curto, maior o “risco residual”.
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