Primeiro-ministro francês contra vacinação obrigatória

Líder francês admite que tornar a vacina obrigatória traria mais problemas que soluções e justifica que países onde isto acontece têm taxas de vacinação mais baixas. Parlamento aprova passe sanitário.

O primeiro-ministro francês, Jean Castex, admitiu que tornar a vacina obrigatória como forma de controlar o novo coronavírus não seria muito útil visto que a medida iria trazer mais problemas que soluções, disse esta quinta-feira, avança a Reuters (acesso gratuito, e em inglês).

“Já estamos com algumas dificuldades em controlar a conformidade com o certificado. As dificuldades seriam ainda maiores se tornássemos a vacinação obrigatória”, esclareceu Castex à média local.

O primeiro-ministro francês justificou a sua posição referindo que os países com vacinação obrigatória, como a Itália e a Áustria, têm taxas de vacinação mais baixas do que a França, acrescentando ainda que o país irá avançar com uma quarta dose da vacina quando for a altura certa.

As declarações surgem em simultâneo com a aprovação, pelo parlamento francês, de novas regras para o certificado, promovidas pelo presidente francês Emmanuel Macron para ajudar a conter a propagação da variante Ómicron, avança a Reuters (acesso gratuito, e em inglês).

Estas regras foram aprovadas de madrugada com uma margem de 214 contra 93, sendo que a legislação ainda irá ao Senado francês antes da votação final em Assembleia Nacional.

Há vários meses que é exigido aos franceses a apresentação de um certificado de vacinação ou um teste negativo à Covid-19 para entrar em espaços e transportes públicos. As regras do certificado francês irão, após aprovação final, aplicar-se aos maiores de 16 anos, em vez dos maiores de 12 anos como planeado inicialmente.

As declarações do primeiro-ministro francês ocorrem depois de Macron garantir, na passada quarta-feira, estar determinado em “chatear” tanto quanto possível os não vacinados contra a covid-19, ao limitar-lhes “até ao fim” o acesso a atividades sociais, no que ficou marcado como uma polémica entrevista ao jornal Le Parisien.

“Quero realmente irritar os não vacinados. E assim vamos continuar a fazê-lo até ao fim. É essa a estratégia”, sublinhou o chefe de Estado francês. Macron acrescentou ainda que “um irresponsável não é um cidadão”, uma declaração que confronta os cerca cinco milhões de franceses não vacinados contra o coronavírus.

Um número recorde de pessoas, desde 1 de outubro de 2021, recebeu a primeira dose da vacina, sendo que os dados do governo apontam que mais de 90% dos maiores de 12 anos já receberam pelo menos duas doses da vacina, avançou o ministro da Saúde francês, Olivier Veran.

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