AMP vê condições para referendo à regionalização
O presidente da Área Metropolitana do Porto considera que estão reunidas as condições para o referendo à regionalização e diz que seria uma grande desilusão ficar tudo adiado no pós eleições.
O presidente da Área Metropolitana do Porto (AMP) considerou esta sexta-feira que estão reunidas condições para o referendo à regionalização, defendendo que seria uma grande desilusão e não abonaria a favor dos políticos se fosse tudo adiado após as eleições.
“Os partidos do dito arco do poder estão de acordo, o Presidente da República deixou isso também claro – ele que como líder do PSD tinha estado numa posição de muitas reticências – portanto, seria uma grande desilusão para todos e não abonaria a credibilidade dos políticos se depois de todo este debate na campanha eleitoral chegássemos ao pós-eleições e isto fosse tudo adiado”, afirmou Eduardo Vítor Rodrigues, em declarações à Lusa.
Para o autarca, que também lidera a Câmara de Vila Nova de Gaia, perante este consenso – “a que fogem apenas os partidos mais extremados como o CDS que não gosta da regionalização e o Bloco de Esquerda que também levanta muitas dúvidas”, tem “pelo menos” de ser dada voz ao povo.
O presidente da AMP considera que é necessário criar condições para facilmente explicar às pessoas o que é a regionalização e “demonstrar que aquele debate básico e até um bocadinho populista dos lugares não corresponde à realidade”.
“Agora também é verdade que as pessoas vão ter aqui uma responsabilidade. Não podem andar a queixar-se constantemente de que vai tudo para Lisboa (…) e que está tudo centralizando e, no momento em que têm oportunidade de mudar isto, ficarem acomodados a um raciocínio básico dos lugares”, declarou.
Ao contrário do que sucedeu com o referendo à regionalização em 1998, Eduardo Vítor Rodrigues acredita que desta vez vai ser diferente e que os portugueses vão dar luz verde à regionalização.
“O povo está escaldado, percebeu que muitas falsas promessas que foram feitas pelos antirregionalistas, de que o país tenderia a reforçar formas de descentralização, foram promessas absolutamente incumpridas”, disse.
Por outro lado, continuou, os portugueses perceberam também que a “regionalização não é nenhum bicho papão, não vai fraturar o país, vai apenas organizar um país que está muito centralizado, não é Lisboa, é no poder central, que por acaso está em Lisboa”, defendeu.
“Acho que, de facto, precisamos de um ano tranquilidade para um bom debate, para um bom esclarecimento e acho que o ano de 2023 é bom para isso. Depois no final de 2023, no arranque de 2024, acho que estamos em condições de avançar para o referendo, sem o qual me parece impossível avançar para o que quer que seja”, rematou.
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