Quase metade das pessoas que morreram de Covid em dezembro não tinham vacina
O risco de morte foi "três a seis vezes menor nas pessoas com vacinação completa em relação às pessoas não vacinada ou com esquema incompleto", segundo o relatório das linhas vermelhas.
Os dados mais recentes da Direção-Geral da Saúde (DGS) e do Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA) indicam que a vacina reduz o risco de internamento e de morte por Covid-19, particularmente após a dose de reforço. Em dezembro, quase metade dos óbitos por Covid-19 eram pessoas não vacinadas ou com vacinação incompleta.
No último mês de 2021, “ocorreram 171 óbitos (46%) em pessoas com esquema vacinal completo contra a Covid-19, 32 (9%) óbitos em pessoas com dose de reforço e 168 óbitos (45%) em pessoas não vacinadas ou com vacinação incompleta”, adianta o relatório semanal de monitorização das linhas vermelhas elaborado pela DGS e pelo INSA.
Desta forma, o risco de morte para os casos diagnosticados em dezembro, “medido através da letalidade, por estado vacinal, foi três a seis vezes menor nas pessoas com vacinação completa em relação às pessoas não vacinada ou com esquema incompleto”.
Segundo os últimos dados do boletim de vacinação, cerca de 90% da população tem a vacinação primária completa, enquanto 3,8 milhões de pessoas tomaram já a dose de reforço.
Olhando especificamente para a população com 80 e mais anos, mais vulnerável a esta doença, é possível verificar o efeito de tomar uma dose adicional: “a dose de reforço reduz o risco de morte por Covid-19 quase seis vezes em relação a quem tem esquema vacinal completo, e reduz mais de dezoito vezes o risco de morte em relação aos não vacinados ou com esquema incompleto”.
Ainda assim, é de salientar que, numa altura em que se registam números elevados de novos casos diários, se regista um aumento na mortalidade. A mortalidade específica por Covid-19 aumentou 25% relativamente ao último relatório, o que pode indicar uma “inversão da tendência estável que se vinha a verificar, dado que se observa um aumento progressivo no número de óbitos diários na última semana”.
Já no que diz respeito às hospitalizações, cujos dados dizem respeito a novembro, já que são apurados com um maior atraso, o relatório indica que as pessoas com esquema vacinal completo “parecem apresentar um risco de hospitalização aproximadamente duas a cinco vezes inferior aos casos não vacinados”.
A dose de reforço confere ainda mais proteção, sendo que “o risco de internamento para quem tem dose de reforço é metade do risco de internamento de quem tem vacinação completa”.
É de salientar que o grupo etário com maior número de casos de Covid-19 internados em Unidades de Cuidados Intensivos é o dos 60 aos 79 anos, que tem tido uma tendência estável desde as últimas semanas de novembro, indica o relatório.
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