Beta-i ruma aos EUA e Bélgica e “baralha” gestão de topo da consultora
Depois do Brasil, a Beta-i pretende "ampliar a conexão" entre a Europa e os Estados Unidos, e acompanhar a "ambiciosa" transição verde e digital da União Europeia a partir de Portugal.
A Beta-i está a dar gás ao seu projeto de internacionalização, tendo na mira para este ano a entrada nos Estados Unidos e na Bélgica. A aposta levou a mudanças na equipa de gestão de topo da consultora de inovação colaborativa. Pedro Rocha Vieira, que dirigia a empresa em Portugal, segue para os EUA e assume o cargo de CEO global; Diogo Teixeira, ex-diretor de operações, fica agora responsável pela Beta-i em Portugal; Manuel Tânger é o Head of Future para desenvolver a área de digitalização e conhecimento; e Ricardo Marvão, Head of Global Sales, fixa-se em Bruxelas.
“Estas decisões de gestão acompanham uma nova fase de amadurecimento do ecossistema europeu de inovação e tecnologia, onde a inovação colaborativa ganha protagonismo acrescido e a inovação aplicada assume-se como estratégia incontornável de crescimento do mercado. Acompanhar o crescimento de clientes globais e estar em mercado maduros e relevantes para os desafios de inovação do futuro são os nossos objetivos para 2022”, diz Pedro Rocha Vieira, citado em comunicado.
Após uma primeira fase de internacionalização a partir de Portugal, que representou 50% da faturação do último ano, a Beta-i irá explorar novas geografias em 2022. Depois do Brasil — onde já tem escritório –, a Beta-i pretende “ampliar a conexão entre Europa e Estados Unidos e acompanhar a ambiciosa transição verde e digital da União Europeia a partir de Portugal e da Bélgica”.
A estratégia é acompanha por uma mudança na estrutura na administração. O Head of Global Sales, Ricardo Marvão, fixa-se em Bruxelas “antecipando as oportunidades de transição verde e digital a partir do novo ciclo de fundos europeus”. Pedro Rocha Vieira assume a partir de Boston, nos Estados Unidos, com “o objetivo de iniciar a entrada neste mercado e reforçar a nova estratégia de internacionalização do grupo, conectando Portugal, Brasil, Bélgica e EUA”.
Projetos em curso
No ano passado, a Beta-i desenvolveu 47 programas de inovação para 85 clientes públicos e privados, em 23 países distribuídos pelos cinco continentes. “Através destes projetos, conectou e geriu a colaboração entre empresas e mais de 4 mil soluções tecnológicas, apresentadas por startups provenientes de 115 países, em mais de 30 segmentos de inovação digital (entre as principais, Inteligência Artificial, Machine Learning, Internet of Things, Cloud Computing, Energias Renováveis, Big Data, Blockchain e Nanotecnologia)”, destaca a consultora. Ao todo, estes programas deram origem a 55 pilotos, com destaque para as áreas de sustentabilidade e energia.
O ano passado marcou ainda a consolidação da consultora no mercado brasileiro, com um crescimento de 300% em 2021 e uma equipa de 18 pessoas, liderada por Renata Ramalhosa. “Com foco na transformação digital e deeptech nos setores de Energia, Retalho, Economia Circular, Saúde, Finanças e Economia Azul, a Beta-i conectou várias empresas de referência no Brasil com mais de 260 startups com soluções inovadoras, através de 24 programas de inovação colaborativa, dos quais se destacam o primeiro projeto de internacionalização de startups de São Paulo, programas de aceleração na Amazónia e projetos com clientes de grande porte como Klabin (celulose), Copel (energia), Sebrae (rede nacional de apoio a PME) e outros”, refere. Estes programas têm já mais de 30 pilotos em desenvolvimento.
Entre os projetos realizados pela Beta-i em 2021 e a decorrer ou com arranque em 2022, está o Free Electrons — programa global de inovação aberta na área de Energia que já conquistou mais de 50 milhões de dólares em acordos comerciais ao longo dos anos – e o Aspban, um projeto de Economia Azul que está a criar hubs de inovação em 30 portos do Atlântico, sobretudo no espaço europeu, descreve a consultora.
Na área da sustentabilidade, a consultora também está a impulsionar processos de economia circular nos segmentos de embalagens (programa Re_Source, com a Sociedade Ponto Verde) e pneus (programa Next Lap, com a Valorpneu e a Genan), ao lado de grandes empresas e municípios (Super Bock Group, Central de Cervejas, Decathlon, Câmaras Municipais de Mafra e Cascais, entre muitos outros).
Na Saúde está a explorar soluções para a doença de Alzheimer com a Roche, bem como para as áreas de oncologia e imunoterapia, com a Basi Farmacêutica, tendo ainda projetos com a Janssen e Novartis. E na área de Smart Cities, com o aprofundamento da relação com a Câmara Municipal de Lisboa, através do SOL Open Lisboa, que se foca em soluções para melhorar a vida na cidade.
Na área de aviação está envolvida no consórcio europeu TULIPS, um projeto liderado pelo Royal Schiphol Group e financiado pela Comissão Europeia, para desenvolver projetos de investigação e soluções destinadas a tornar o setor de aviação mais sustentável. Por fim, na área de impacto social, está focada no combate ao trabalho escravo a partir de recursos tecnológicos.
Há ainda um reforço acrescido em projetos públicos portugueses e europeus orientados aos Digital Innovation Hubs e aos fundos do Plano de Recuperação e Resiliência e Horizon Europe.
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