Rangel quer PSD a “arregaçar as mangas” para liderar oposição
Eurodeputado pondera avançar para a liderança do partido e recusa uma “época das trevas” para o PSD, frisando até que “liderar a oposição em contexto de maioria absoluta é um imperativo democrático".
Apesar da “séria derrota política” nas eleições de domingo, Paulo Rangel considera que os grandes desafios para o PSD nos próximos anos não envolvem uma discussão sobre a identidade ideológica nem o posicionamento político-partidário – “uma deriva que ignore a matriz de centro-direita e que hostilize a direita moderada está em contradição com o código genético e com a história do partido” –, mas antes a “prestação política” face a António Costa e a renovação do partido, “seja em termos de novos rostos, seja em termos de organização e funcionamento”.
“É caso para dizer que o tempo está para ‘arregaçar as mangas’ e ‘pôr mãos à obra’. É, por isso, no terreno da ação, da comunicação e da interação com a sociedade civil e a opinião pública que se joga o relançamento do PSD”, sublinha o eurodeputado num artigo de opinião no jornal Público (acesso pago), sublinhando que o PSD deve “liderar a oposição de um modo visível, afirmativo e construtivo”.
Sem assumir a recandidatura ao cargo, depois de ter perdido para Rui Rio nas eleições diretas realizadas poucas semanas antes das legislativas, Rangel assume que “liderar a oposição, em contexto de maioria absoluta, é um imperativo democrático”. E “olhando para a inovação da Iniciativa Liberal, para a agressividade do Chega ou para o regresso da oposição da esquerda radical, vai ser uma tarefa muitíssimo exigente”, reconhece.
O DN escreve esta quinta-feira que Rangel está a ser pressionado por vários setores do partido e a ponderar avançar novamente para uma corrida à presidência. A Comissão Política reúne-se esta quinta-feira à tarde e deve convocar um Conselho Nacional, que tem poderes para desencadear um processo eleitoral interno, mas o antigo líder parlamentar preferia a realização de um congresso prévio às diretas para analisar e debater o caminho que o PSD deve trilhar após a maioria absoluta do PS e o crescimento dos partidos à direita.
“O debate ainda mal começou, mas, ao contrário de muitos, não acho que se inicia agora a época das trevas. Tenho absoluta confiança que o PSD tem futuro e futuro radioso. Mas o futuro do PSD passa seguramente por uma nova estratégia para a ação, um novo perfil para a comunicação e uma nova rede para a interação. Só assim o PSD estará de novo enraizado no país e sintonizado com os portugueses”, defende Paulo Rangel neste artigo de opinião com o título “O PSD e o futuro”.
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