Guterres pede reforma nas instituições e mecanismos internacionais mais eficazes e democráticos

  • Lusa
  • 7 Fevereiro 2022

Secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU) aponta o dedo às instituições, afirmando que muitas estão hoje “desatualizadas ou simplesmente enfraquecidas”.

O secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), António Guterres, defende uma reforma nas instituições e diz que o mundo precisa de mecanismos internacionais mais eficazes e democráticos para resolver os problemas das pessoas.

Num artigo de opinião publicado esta segunda-feira no Diário de Notícias e no Jornal de Notícias, António Guterres aponta o dedo às instituições, afirmando que muitas estão hoje “desatualizadas ou simplesmente enfraquecidas”, e que as necessárias reformas têm sido “impedidas por divisões geopolíticas”. As instituições internacionais com mais poder ou estão paralisadas pela divisão — como o Conselho de Segurança — ou são antidemocráticas — como muitas das nossas instituições financeiras internacionais.

O secretário-geral da ONU entende que a governação mundial “está a falhar exatamente no momento em que o mundo deveria unir-se para resolver problemas globais”. Defende uma ação conjunta a nível mundial “pelos interesses nacionais e mundiais”, na proteção de “bens públicos essenciais” como “a saúde pública e um clima habitável” e reformas nas instituições.

Guterres afirma, assim, que o mundo precisa de “mecanismos internacionais mais eficazes e democráticos” para resolver os problemas das pessoas e lembra que os destinos de todos estão interligados. “Quando deixamos alguém para trás, corremos o risco de ficarmos todos para trás. As regiões, os países e as pessoas mais vulneráveis são as primeiras vítimas desse paradoxo da política mundial”, acrescenta, dando o exemplo das vacinas.

Escreve ainda que o processo de vacinação tem sido igualmente um exemplo de como os interesse nacionais se têm sobreposto ao interesse global: “Em vez de dar prioridade a vacinas para todos através de um plano global de vacinação, os governos agiram para proteger a sua população. Mas isso é apenas meia parte de uma estratégia”.

“Se não trabalharem em simultâneo para vacinar o mundo, os planos nacionais de vacinação podem tornar-se inúteis à medida que surgem e se espalham novas variantes”, alerta. O secretário-geral das Nações Unidas refere que em todo o mundo de tem visto “uma erosão da confiança” e teme uma degradação dos valores que o mundo partilha.

Injustiça, desigualdade, desconfiança, racismo e discriminação estão a lançar sombras escuras em todas as sociedades. Devemos reforçar a dignidade e a decência humanas e dar respostas às ansiedades das pessoas. “A mudança não será fácil, nem acontecerá da noite para o dia. Mas podemos começar a encontrar áreas de consenso e a avançar na direção do progresso”, insiste.

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