Comissão Europeia estima que preços energéticos estejam “perto do pico”

  • Lusa
  • 10 Fevereiro 2022

A Comissão Europeia estima que os preços da energia na União Europeia estejam "perto do pico", estabilizando a partir de meados deste ano.

A Comissão Europeia estimou esta quinta-feira que os preços energéticos, nomeadamente da luz e do gás, estão “perto do pico” na União Europeia (UE), esperando uma estabilização a partir de meados deste ano, quando deverá também aliviar a inflação.

“Os preços da energia estão a flutuar a um nível elevado, mas os indicadores demonstram que o pico está próximo”, prevê o executivo comunitário, nas previsões macroeconómicas intercalares de inverno hoje publicadas.

Em altura de crise energética, motivada pelos problemas de fornecimento e pelas tensões geopolíticas, Bruxelas aponta no documento que “os preços da energia continuarão a ser um motor fundamental da dinâmica da inflação em 2022”.

“Apesar da estabilização esperada nos preços grossistas do gás a partir do segundo trimestre, é provável que a inflação face aos preços do gás no consumidor atinja o seu pico médio apenas em meados do ano, uma vez que os aumentos passados continuarão a refletir-se até lá”, assinala a instituição.

E, segundo a Comissão Europeia, “é provável que a trajetória da inflação no gás seja positiva até meados de 2023, embora em desaceleração”, prevendo-se para depois “uma forte redução”.

Tendência semelhante prevê a instituição relativamente aos preços da eletricidade, ainda que “as oscilações para o lado positivo como para o lado negativo devam ser menos pronunciadas”, explica.

No que toca ao Brent, “dada a rápida aplicação dos preços do petróleo aos preços na bomba, a inflação dos combustíveis – medida em variação homóloga – deverá diminuir gradualmente e desvanecer-se nos próximos 12 meses, assumindo que a ampla estabilização implícita se concretiza”, projeta ainda a Comissão Europeia.

O aumento dos preços grossistas da energia tem sido o principal motor da recente subida dos preços ao consumidor e, consequentemente, da inflação em toda a UE.

Após fortes aumentos durante o verão e o outono passado, o gás holandês, que serve como referência no mercado europeu para os preços grossistas do gás, aumentou novamente em dezembro passado para um nível de 180 euros por megawatt hora (MWh).

Desde então tem vindo a recuar, tendência que foi porém acompanhada de volatilidade acrescida devido aos baixos níveis de armazenamento de gás, às oscilações da oferta e da procura, bem como ao sentimento do mercado.

Ao nível da UE, os preços grossistas da eletricidade também têm vindo a aumentar, tendo ascendido aos 250 euros por MWh nos primeiros dias de dezembro e permanecido elevados desde então.

Já no que toca aos preços do petróleo, caíram temporariamente com o surgimento da variante de preocupação Ómicron, quando se acentuaram as preocupações sobre novos obstáculos à recuperação global, mas desde então recuperaram e atingiram um pico de cerca de 90 dólares por barril no final de janeiro.

É este contexto que leva Bruxelas a acreditar que os preços energéticos estão perto do pico.

A contribuir para a elevada inflação estão, de momento, os custos energéticos e os problemas nas cadeias de abastecimento globais, por questões como a tensão geopolítica mundial, numa altura em que o conflito entre a Rússia e a Ucrânia se intensifica e causa novas perturbações no fornecimento de gás russo à Europa.

A escalada dos preços da luz devido à subida no mercado do gás, à maior procura e à descida das temperaturas ameaça exacerbar a pobreza energética na Europa por causar dificuldades no pagamento das contas de aquecimento.

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